Não morra no deserto, aprenda a voar

Não morra no deserto, aprenda a voar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:03
deserto“Porque o Senhor havia dito acerca deles: certamente morrerão no deserto. Nenhum deles sobreviveu, exceto Calebe, filho de Jofoné; e Josué, filho de Num” (Números 26:65).
 
Enquanto caminhavam pelo deserto, as crianças hebréias ouviam comumente dos seus pais uma velha e conhecida história: “Há quatrocentos anos, um homem chamado Abrão desceu lá do norte, da cidade de Ur na Caldéia, e com toda a sua família se dirigiu para Canaã. Mas, no meio do caminho, numa cidade chamada Harã, Abrão e sua família ali se estabeleceram. Num certo dia, o velho patriarca ouvira de Deus a ordem de que o mesmo deveria sair dali e prosseguir com a caminhada, pois ele receberia por herança a promessa de uma descendência tão grande como as estrelas do céu e que, através dele, todas as famílias da terra seriam abençoadas. A terra era Canaã, o lugar prometido por Deus, e que haveria de ser habitada pelo Seu povo”. 
 
Parecia uma promessa estranha... Afinal há alguns anos essas famílias, que haviam sido libertas da escravidão no Egito, caminhavam sob um sol escaldante por uma estrada desértica, onde não se via luz nem final, nem ribeiros de água, nem frutos, nem alimento algum. E, aparentemente, aos olhos do povo, esse lugar era muito pior que o anterior, onde eles viviam cativos pelas mãos do Faraó. 
 
O deserto foi o cenário escolhido por DEUS para provar o Seu povo e aperfeiçoá-lo até que estivesse preparado para receber a bênção maior: a conquista da Terra Prometida. Adiante, seguia o velho líder, Moisés, aquele responsável por libertá-los do Egito e também orientá-los em relação aos destinos e às aflições que por vezes surgiam. 
 
Entre um dia e outro, mais parecia distante e utópica a possibilidade de alcançarem a promessa. A única determinação de DEUS ouvida por aquela nação, que a cada dia se multiplicara no deserto, era: “Diga ao povo que marchem” (Ex. 14:15). Eu estarei convosco, “de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar” (Ex.13:21). DEUS já havia dado provas de sua Fidelidade, quando fez toda uma multidão atravessar em seco o Mar Vermelho e, aos seus olhos, o exército do Faraó ser todo consumido pelas águas. Mas aquilo pareceu pouco. Já próxima do deserto de Sur, numa jornada de três dias, sedenta, e ao se deparar com as águas amargas de Mara, a multidão enfurecida murmurou contra Moisés, perguntando-lhe “o que haveria de beber”. DEUS mais uma vez cumpre a Sua Palavra: joga uma árvore e as águas se tornaram doces. Observe bem a mensagem que DEUS, nesse momento, transmitiu ao povo: “se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e inclinares os seus ouvidos aos seus mandamentos, e guardareis todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor que te sara” (Ex. 15:26).
 
Bem, acreditamos que o milagre das águas acompanhado da advertência seriam suficientes para todo aquele povo se posicionar e crer que DEUS haveria de supri-lo em toda a sua necessidade (“E o meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo a sua gloriosa riqueza em Cristo Jesus”. Filipenses 4:19). Entretanto, não tardaria para que as famílias, ao sentirem uma nova necessidade, voltassem a murmurar contra DEUS: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão a fartar! Tu nos trouxeste a este deserto para matardes de fome a toda esta multidão” (Ex. 16:3). Quanta ingratidão! 
 
Aquela velha história de Abraão, contada e recontada aos ouvidos dos menores, parecia ter ficado para trás. Parecia ser mais uma daquelas histórias sem importância que se conta para espantar as assombrações da noite ou para acelerar os ponteiros do sol. Agora, até as antigas crianças, que já beiravam a adolescência e, outras, a fase adulta, também aprenderam a reclamar. Elas teriam crescido junto à incredulidade de seus pais, os quais só enxergavam o imediato, o medo, o agora, não podendo mais contemplar o sobrenatural com os olhos da fé. O povo de DEUS, separado por ELE para ser detentor de uma grande promessa, a conquista de Canaã, não conseguia mais dar um passo além da medida de suas pernas. Eram como pássaros sem asas a peregrinar num deserto imenso... 
 
Ainda assim, DEUS fez chover pão dos céus para saciar a fome de toda a multidão. Moisés, com o coração abatido, ainda encontra forças para perguntar a todo aquele povo: “(...) Quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, e sim contra o Senhor” (Ex. 16:8). 
 
Entretanto, cada vez que desertos iam se abrindo em sua frente, cada vez que uma necessidade se agigantava, mais a população se enfurecia e desejava o passado de escravidão. Foi assim no acampamento em Refidim, no de Taberá, enfim, em dez situações adversas, de provações, pelas quais o povo atravessou. 
 
De toda aquela multidão, quase 3 milhões de pessoas, entre crianças, adultos e jovens, apenas duas pessoas não se esqueceram da velha história da promessa que DEUS havia feito a um homem chamado Abraão: Josué e Calebe. Veja bem: apenas duas. Creram e não só perseveraram em busca da promessa, mas lutaram contra a incredulidade de todo um povo. O caráter e principalmente a fé de Josué e Calebe permaneceram inabaláveis. 
 
Esses, segundo Deus, foram como pássaros que saíram cativos do Egito, por meio de seus pais, mas cujas asas nasceram e logo aprenderam a voar em direção aquilo que DEUS havia lhes prometido: “Porque o Senhor havia dito acerca deles: certamente morrerão no deserto. Nenhum deles sobreviveu, exceto Calebe, filho de Jofoné; e Josué, filho de Num” (Números 26:65). Sobre Calebe, o Senhor ainda acrescentou: “Porém o meu servo Calebe, porque nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança” (Números 14:24). Josué e Calebe mostraram que as dificuldades, para os que caminham com DEUS, independente do deserto que estejam atravessando, são oportunidades de crescimento espiritual.
 
Sinceramente, não sei qual é o deserto que você, caro leitor e amigo, está atravessando. Se relacionado aos filhos, ao marido, à esposa, a algo relacionado ao casamento, ao trabalho ou a falta deste, à doença, enfim, um deserto que enfraquece o seu coração e abate a sua fé. Ele talvez lhe pareça grandioso demais. Porém, de uma coisa eu tenho certeza e não erro: assim como DEUS sempre esteve no controle daquela multidão hebréia, que enfrentou vários desertos durante 40 anos, ELE também está com você, sondando o seu coração. Portanto, não desista. JESUS disse: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. Mas aqui está o pão que desce do céu, do qual se o homem comer não morre. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo” (João 6: 48-51).
 
Hoje a promessa de DEUS para sua vida é esta: “Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” (Apocalipse 2: 17). Tenha as asas da fé de Josué e Calebe e aprenda a superar desertos, conquistando todas as bênçãos sem medida do PAI para você. Que DEUS nos abençoe!! 
 
 
FERNANDO CÉSAR – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é pastor e líder do Ministério Restaurando Famílias para Cristo.
www.casamentosrestaurados.com.br
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