Lendo o oitavo capítulo da epistola aos Romanos, notei que Paulo, por três vezes, usa o verbo "saber". "Porque SABEMOS que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora" (Rm 8:22 - grifo nosso). "Porque não SABEMOS orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26b - grifo nosso). "SABEMOS que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28a - grifo nosso).
Chamo a sua atenção para o texto do meio, onde aparece a afirmação: "Porque não sabemos orar como convém". Entre o "porque" e o "não", temos, oculto, um "nós".
Por que Paulo usa "nós", e não "vós"? Porque Paulo conjuga o verbo "saber" na primeira pessoa do plural, e não na segunda? Porque é humilde! Se "sabe", ele se inclui na lista dos que "sabem". Se, por outro lado, não "sabe", ele se inclui na lista dos que não "sabem".
Não é nada fácil nem simples pôr o nosso nome na lista dos que não "sabem". Mas o fato é que não posso me iludir. Se não "sei", o meu nome deve estar entre os nomes dos que não "sabem", e não entre os nomes dos que "sabem".
Se ponho o meu nome entre os que "sabem", sem "saber", vou continuar não "sabendo". Nunca vou chegar a conhecer a verdade. Vou continuar vivendo no cárcere do engano e da ignorância.
Mas se admito que não sei, Jesus, o sabe-tudo, me faz "saber"! Qual a lição disso para a sua vida? Pense!
- Genilson Soares da Silva