No que estou pensando? Na pergunta feita à mulher rica de Suném: "Vai tudo bem contigo, com teu marido, com o menino?" ( II Rs 4:26a). Uma vez que não queria falar do assunto com Geazi, "ela respondeu: Tudo bem" ( II Rs 4:26b). Deixou para abrir o jogo apenas com quem de fato tinha como ajudá-la, Eliseu. Para o homem de Deus ela falou tudo que tinha que falar acerca da morte do seu filho.
Mas não é todo mundo que reage como essa mulher. Tem gente que vai de mal a pior, mas diz para todo mundo que vai tudo bem, até mesmo para quem tem como prestar-lhe grande apoio. O que leva alguém a dizer que "vai tudo bem", mesmo quando "vai tudo mal"? As razões são várias, mas quero chamar a atenção de todos para apenas quatro.
RAZÃO 01: Tem gente que diz "que vai tudo bem", mesmo quando "vai tudo mal", porque tem medo de abrir a boca. Em tom de ameaça ouve: "Se você falar alguma coisa, eu calo você para sempre". Para muita mulher, o bordão, "Cala a boca, Magda", infelizmente, não é apenas uma frase dita para causar risos. É um bordão mesmo, ou seja, um porrete ou cacete, usado para ameaçá-la todas as vezes que faz menção de dar com a língua nos dentes.
RAZÃO 02: Tem gente que diz "que vai tudo bem", mesmo quando "vai tudo mal", porque não quer se passar por chata. Tem horror a chatear os outros com os seus dramas e dores. Receia que apliquem a ela a frase dita todas as vezes que alguém muito chato está se aproximando da roda: "Lá vem ela (ou ele)..." Assim sendo, opta por fazer de conta que vai tudo bem, só para não se tornar persona non grata.
RAZÃO 03: Tem gente que diz "que vai tudo bem", mesmo quando "vai tudo mal", porque nunca aprendeu a se abrir com os outros. Sempre se fechou dentro de si. A sua vida é cheia de lacres, de senhas, de alarmes, de trancas. A casa está caindo, mas não fala nem que a vaca tussa ou que a mula manque. Ainda mais agora, depois de tantos anos de confissão positiva, que ensina a negação da realidade ruim e a afirmação do imaginário bom, por meio de decretações.
RAZÃO 04: Tem gente que diz "que vai tudo bem", mesmo quando "vai tudo mal", porque nota que quem quer saber não sabe como ajudar. Esse era o caso de Geazi, o moço de Eliseu. Ela sabia que ele não sabia tratar do assunto. Diante de gente assim, o melhor a dizer é dizer que vai tudo bem. A não ser que se queira que o que vai mal fique ainda pior
Uma coisa é fato: Quando alguém se recusa a responder, para a pessoa certa, isto é, para um homem ou uma mulher de Deus, a pergunta: "Vai tudo bem contigo, com o teu marido, com o menino?", sem fantasias, sem enganos, sem tremores, sem temores, sem pretextos, sem chiliques, sem acusações, sem defesas, sem piripaques, sem titubeios, perde uma grande chance de encontrar solução para as angústias da sua casa e da sua alma!
- Pr. Genilson Soares da Silva