Restaura, Senhor, a nossa sorte!

Restaura, Senhor, a nossa sorte!

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

O Salmo 126 descreve a vida do povo de Deus em três perspectivas distintas: Passado (v. 1-3), Presente (v. 4) e Futuro (v. 5,6). Ao olharem para o passado, eles exultavam pelo livramento do exílio. Ao olharem para o presente, viam-se áridos como o deserto do Negueve. Ao olharem para o futuro, sentiam-se desafiados a sair e semear, ainda que precisassem regar o solo duro com suas lágrimas, na certeza de que voltariam com júbilo trazendo seus feixes.

Concentrando-nos apenas no versículo 4, destacaremos neste artigo, a necessidade da restauração da igreja. Os tempos passaram, mas as necessidades da igreja contemporânea são as mesmas do povo de Deus do longínquo passado. Destacaremos, aqui cinco verdades:

Em primeiro lugar, um passado de glória não é garantia de presente glorioso. O povo saiu do cativeiro, rompeu os grilhões do exílio e voltou para sua terra depois de setenta anos na Babilônia. Deus fez coisas portentosas e eles estavam alegres por isso. As nações testemunharam os grandes feitos de Deus na vida deles. Mas, as vitórias do passado não serviam mais para viverem vitoriosamente no presente. Precisavam de restauração. Estavam tão árido como um deserto. Não moramos no passado. Somos uma igreja histórica, mas não vivemos apenas da história. Precisamos andar com Deus hoje. Nossas vitórias do passado são medidas mínimas do que Deus pode fazer em nossa vida hoje.

Em segundo lugar, a sequidão hoje não é motivo de desânimo, mas de clamor. Ao olharem para o presente e verem o deserto instalado na vida deles, não ficaram rendidos a uma nostalgia doentia, mas cobraram ânimo para clamarem a Deus por restauração. Deus também fez coisas grandes por nossos pais no passado. Aconteceram portentosos avivamentos. Mas, hoje, o cenário parece cinzento. A crise nos mostra sua carranca. Em vez de ficarmos desalentados, porém, devemos nos levantar e clamar: Ó Senhor, restaura a nossa sorte!

Em terceiro lugar, a restauração é uma obra soberana de Deus. O Salmista clamou: “Restaura, Senhor, a nossa sorte como as torrentes do Negueve”. Não produzimos nossa própria restauração. O remédio para uma igreja enferma não está na panaceia das novidades do mercado da fé, mas no próprio Senhor. O reavivamento da igreja vem do próprio Deus. Só ele pode restaurar nossa sorte. Só de Deus vem nossa cura. Só o Senhor pode levantar um exército poderoso de um vale de ossos secos. Correr atrás de novidades e abraçar doutrinas estranhas às Escrituras longe de trazer revitalização da igreja, a adoece e a debilita ainda mais. Deus é a fonte da nossa restauração.

Em quarto lugar, a restauração é resultado da oração. O Salmista clamou: “Restaura, Senhor, a nossa sorte”. O fervor espiritual da igreja vem de Deus por meio da oração. Em vez de ficarmos lamentando nossa condição, devemos dobrar nossos joelhos e levantar nossas mãos ao Senhor em profundo clamor: “Restaura, Senhor, a nossa sorte”. O reavivamento espiritual vem como resposta da oração. Quando o incenso da oração sobe, a restauração desce. Quando nos curvamos diante de Deus, o próprio Senhor nos levanta diante dos homens. Quando a igreja ora, o braço de Deus age em seu favor.

Em quinto lugar, a restauração é um milagre de Deus. O Salmista roga a Deus para fazer na vida do povo o mesmo que faz na natureza: “Restaura, Senhor, a nossa sorte como as torrentes no Negueve”. O deserto do Negueve é o maior deserto da Judéia, com montes e vales de areias escaldantes. Naquela sequidão estéril, um fenômeno acontece. De vez em quando, as chuvas invernais, abrem sulcos nas areias, e as torrentes correm dos montes para os vales e por onde essas torrentes passam tudo é restaurado. O Salmista pede para Deus fazer o mesmo milagre na vida do seu povo. O deserto pode florescer, os vales áridos podem se tornar fontes de vida. Do mesmo modo, a igreja pode ser restaurada!

 

Por Hernandes Dias Lopes

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