“E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer.” (Lucas 18.1)
A grande dificuldade que temos visto hoje em dia, em relação à oração, é que as pessoas não conseguem persistir em sua busca por milagres, desanimando e desistindo de estar na presença do Senhor. Isso acontece principalmente porque elas não conseguem alcançar aquilo que desejam, então desistem de orar.
Jesus Cristo ensinou: "Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Mateus 7.7 – 8). Este ensinamento fala justamente sobre a persistência na oração.
O que o Mestre dos mestres está ensinando, é que devemos persistir em buscar a Deus, sem desanimar. Este é tema da nossa aula que será transmitida no Facebook. Quando você desiste de pedir, a tua fé acaba sendo afetada e a tua vontade de orar diminui cada vez mais, até não restar mais nenhum tipo de ânimo para o exercício do clamor.
Ao ensinar sobre a persistência na oração, Jesus nos assegura que seremos recompensados o momento oportuno, mas demonstra ser necessário experimentar ao menos três níveis de persistência: pedir, buscar e bater. Ele ensina que a persistência nestes níveis irá resultar na resposta que precisamos.
O Senhor Jesus Cristo dá o exemplo através de uma parábola que fala sobre como a persistência pode ser recompensadora. Esse ensinamento é revelado pelo Evangelho de Lucas 18. 1 – 8. Esse é um dos melhores ensinamentos do Mestre sobre o exercício da fé e da oração.
Nesta parábola, conforme descrita pela Palavra de Deus, havia um juiz que não temia ao Senhor, assim como uma viúva que se dirigia continuamente a ele, buscando para que este fizesse justiça contra seu adversário. O juiz se recusou a ajuda-la por algum tempo, mas acabou cedendo por causa da persistência.
O juiz tomou a decisão dizendo: “Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens, esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar”.
E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto. Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu digo a vocês: Ele lhes fará justiça e depressa” (Lucas 18.8).
Portanto, a oração é como uma causa na justiça, sendo que primeiro estamos nas instâncias comuns, na vara especializada, que é julgada por um juiz de direito. Depois podemos subir ao nível de um tribunal judicial, onde um desembargador irá julgar a causa. Mas no terceiro nível, entramos nos tribunais superiores, onde ministros irão julgar.
Na prática, nossa oração passa primeiro pela instância terrena, quando oramos pedindo, em seguida buscamos a intercessão do Espírito Santo e por fim batemos declarando a vitória sobre todas as dificuldades. É o que diz a Bíblia: “Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim sucederá” (Marcos 11.24).
Por que comparar o processo da oração aos trâmites em um tribunal? Porque a oração é a única forma de vivermos os direitos do Reino de Deus em sua plenitude. Lembre-se da orientação de Jesus “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6.33).
Na parábola que Jesus contou, a viúva primeiro vai pedir por causa da sua necessidade, é o que eu chamo de nível de escravo. Depois ela busca por causa dos problemas, o nível emocional. Por fim, ela procura o juiz reclamando seus direitos, é o nível de filho. Então o juiz dá a sentença em favor da viúva.
Myles Monroe, quando esteve no Brasil, falou de uma experiência que teve com um rabino. Ele conta que o judeu ensinou que existe um costume entre os pais em Israel, que é de negar por três vezes o pedido de um filho. Segundo ele, o objetivo disso é para que o filho aprenda sobre os direitos que têm.
Ao ensinar sobre isso, ele explicou que o filho vai à primeira vez ao pai: “Pai, sou seu filho, quero isso”. Então o pai nega o pedido, dizendo não ao filho. O rabino disse a Myles que o primeiro não quer dizer: “Você crê que merece?”.
Então, o filho vai ao pai uma segundo vez, e diz: “Pai, eu insisto, eu sou seu filho, quero isso”. Novamente o pai irá negar o pedido ao filho. O segundo não quer dizer que o pai está testando o desejo do filho.
O filho insiste pela terceira vez: “Pai, eu ordeno o meu direito como filho”. E então o pai diz não novamente. O terceiro não significa que o pai está testando para saber se você sabe que tem direito mesmo. É uma maneira de testar o quanto o filho quer alguma coisa.
Finalmente, na quarta tentativa, o filho diz ao pai: “Tenho direito, porque sou seu filho”. Neste momento o pai responde positivamente, dando ao filho aquilo que ele pediu. O filho alcançou o entendimento do direito e recebeu o que pediu.
Somente quando o filho atinge a maturidade e está pronto para receber aquilo que deseja do pai é que ele consegue chegar ao 4º nível. Nessa fase ele recebe o direito de reivindicar aquilo que ele deseja como filho. Nesta faze o pai lhe entrega tudo, pois ele provou merecer.
Na Bíblia temos o caso do “filho pródigo”, que reivindicou sua parte na herança e o pai lhe atendeu. Porém, neste caso, o filho ainda não estava maduro para receber e acabou perdendo toda a sua herança.
É assim que deve acontecer com a oração. Nós devemos insistir, pedir ao Senhor, buscar o que desejamos, bater até que que Ele nos atenda. Devemos persistir na oração, importunando a Deus, até alcançarmos a maturidade que Ele exige. Portanto, se você já orou e não recebeu resposta, continue insistindo, pois talvez Deus esteja esperando a sua insistência para te entregar o que você precisa.
Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.
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