Esquerdismo — a infância da política

Os movimentos sociais de esquerda seguem a política da primeira infância, do 'Eu quero porque quero!', que é muito perigosa.

Fonte: Guiame, Luiz LeiteAtualizado: sexta-feira, 6 de outubro de 2017 às 15:25
Os movimentos sociais de esquerda funcionam mais ou menos assim. É a política da primeira infância. A política do “Eu quero porque quero!” é muito perigosa. (Imagem: PT)
Os movimentos sociais de esquerda funcionam mais ou menos assim. É a política da primeira infância. A política do “Eu quero porque quero!” é muito perigosa. (Imagem: PT)

A infância é geralmente caracterizada por um conjunto de comportamentos marcados por pequenas inconsistências, até certo ponto toleráveis, próprias de um indivíduo que ainda não atingiu a idade madura. Dirigida por sentimentos e uma série de pulsões primitivas, a criança é regida pelo princípio do prazer, conceito freudiano bastante comum no estudo e descrição do psiquismo infantil. Por óbvia inferência, nesta fase a razão e o bom senso ainda não orientam o pensamento e nem regulam a ação. Desse modo, não se pode esperar de uma criança grande elaboração nas ideias e tampouco um comportamento que leve em consideração as regras e demandas do universo adulto. Embalada por fantasias e medos, a criança não tem condições psicológicas nem cognitivas para fazer leituras e interpretações balanceadas da realidade complexa que a envolve.

A termo “infância” geralmente remete-nos à cronologia da vida biológica, e quando nos referimos à essa infância estamos falando de uma fase, um estágio no desenvolvimento de um ser humano quando corpo e mente ainda não atingiram sua maturidade. A medida de anos que estabelece quando se atinge a maturidade biológica é fixada por uma régua relativamente bem definida. Existem, porém, outras infâncias e adolescências. Podemos considerar uma infância ou adolescência espiritual, uma emocional/psicológica, bem como uma infância ou adolescência intelectual, política, ou até mesmo financeira… Não existe, para esses casos, um período que defina o fechamento dos ciclos. Um indivíduo pode chegar aos 40 anos de idade cronológica e, apesar de ter alcançado a maturidade biológica plena, apresentar um comportamento de um garoto de 15!

Quando eu era menino, – diz o apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios, – falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. (1 Co 13:11) No contexto da cultura de Paulo, e por extensão, em todo o mundo antigo, não havia o conceito da adolescência. Dava-se um pulo, direto da infância, para a vida adulta. Talvez o caso mais extremado seja o caso de Esparta, onde os meninos, “depois de passarem os primeiros 7 anos de vida com a família, eram enviados para centros de treinamento para serem educados e transformados em guerreiros. Até os 11 anos, o jovem espartano passava pelo primeiro ciclo, a meninice, em que recebia o treinamento militar básico.” Assim, a chamada meninice dos 7 aos 11 anos, era dedicada a treinamento militar básico. Não havia refresco!

A sociedade ocidental moderna mudou muito. Em alguns aspectos, para melhor, em outros, não tanto. Os rituais de passagem nas sociedades antigas, marcavam a transição de fases e, de certo modo, ajudavam o indivíduo a se posicionar e assumir responsabilidades acerca de seu novo papel. Nesses nossos dias, amadurecer e assumir responsabilidades não é algo tão comum como se deveria esperar. Muitos amadurecem fisicamente mas psicologicamente permanecem meninos, manhosos e chorões. Poucas coisas são tão constrangedoras como uma pessoa adulta (faça-se aqui as devidas concessões) vivendo uma relação permanentemente parasitária, às custas de outrem. É absolutamente embaraçoso ver um indivíduo adulto querendo ter suas necessidades supridas por outros meios que não seus próprios méritos.

Os movimentos sociais de esquerda funcionam mais ou menos assim. É a política da primeira infância. A política do “Eu quero porque quero!” é muito perigosa. A criança, segundo a psicanálise, é um perverso polimorfo. Não importa se é do outro… Se não me der eu grito, esperneio, mordo, bato, puxo os cabelos, sem dó…O esquerdismo é infantil em muitos aspectos, por essa razão barulhento, e por definição, baderneiro, desordeiro… Consegue, em casos, até chegar à idade juvenil, mas raramente amadurece. Os arroubos de idealismo incendiados por muita paixão e pouca reflexão, exercem forte apelo ao psiquismo infantil. Não é por outra razão que seduzem as massas que, sem consciência crítica, como crianças, são facilmente encantadas e mobilizadas.

Identifica-se no discurso da ideologia política de esquerda um conteúdo alienante e em nada libertário como querem fazer crer seus ícones. Estados de orientação comunista leninista/maoista, ou de qualquer outra ordem, já provaram-se, historicamente, um erro. Suas populações são infantilizadas e impedidas de amadurecerem. Como poderia amadurecer intelectualmente um povo que tem seu acesso à informação e sua liberdade de expressão cerceada pelo Estado? Até hoje na Rússia existem pessoas que não sabem quem foi Nicolau II, seu último imperador! Mesmerizados pela máquina da propaganda estatal que projetam o ego grandioso de seus líderes, como crianças, olham para as estátuas majestosas como se fossem verdadeiros deuses. O Estado e seus governantes são divindades substitutas e o culto a eles toma lugar das religiões comumente banidas ou reprimidas. Governantes corruptos, desonestos, frequentemente perversos, assassinos cruéis, são venerados como salvadores. É a figura do pai totêmico. Ainda que estejam completamente errados e em débito para com a justiça, faz-se sacrílego aquele que ousar apontar seus crimes. Vê-se claramente nesses grandes experimentos sociais a infantilização de populações inteiras.

Quando eu era menino pensava como menino e como menino abracei a ideologia de esquerda. Justiça social era um tema que me incendiava. A perversa distribuição de renda no Brasil, país injusto e desigual, era a prova que eu precisava para adotar a ideia de que os fins (a promoção da justiça) justificavam os meios (O achaque dos mais ricos). Deveríamos tirar dos mais ricos e dar para os mais pobres. Isto soa muito bonito aos ouvidos de uma criança mas não pode fazer sentido algum aos ouvidos de uma pessoa madura. O discurso esquerdista é infantil, bestializante e mal intencionado. Só se rende aos seus apelos aqueles que são muito românticos (ingênuos) e pouco maduros, psicológica ou intelectualmente. À propósito, veja-se o que um certo Sr. Maduro está fazendo com um lindo país, logo ali do outro lado da fronteira! Qualquer pessoa amadurecida espiritual, psicológica e intelectualmente há de chegar à conclusão que o princípio do prazer – que rege o universo infantil do “eu quero e eu quero agora!” – é a marca inequívoca dos movimentos e regimes de esquerda.

A julgar pelos regimes comunistas ou, se não tanto, simpáticos ao comunismo e de orientação esquerdista, o que se pode observar é estarrecedor. A truculência e a opressão do mais forte governam com mão de ferro, do mesmo modo que acontece com as crianças nas brincadeiras na rua ou no pátio da escola. Como delinquentes juvenis, não querem estudar, não querem trabalhar, e sempre encontram alguém a quem culpar por aquilo que lhes falta. Verifica-se o caos, a baderna administrativa, a sangria dos recursos, a corrupção endêmica, em todos eles, desde a China ao Equador, da Rússia à Venezuela, da Coréia do Norte à Cuba. É óbvio, que nesses “paraísos” onde os pobres são tratados de modo tão “paternal”, a imprensa não pode noticiar, a polícia não pode investigar e o judiciário não pode emitir sentenças… Estão amordaçados!

Em nosso país, o desastre em que nos envolvemos nos expôs ao ridículo diante dos olhos do mundo. Estamos constrangidos e embaraçados… Temos vergonha de um país do qual devíamos nos orgulhar… Se por um lado o vexame nos fez enrubescer, por outro lado podemos ter algum alento e até mesmo dizer graças a Deus, por termos tido nossas vergonhas expostas. É a oportunidade de reconstruir um novo país. Um fato recente, o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, Minas Gerais, é uma parábola triste e que aplica muito bem ao mar de lama em que se encontra nossa administração pública. O dano causado vai levar anos para recuperar, como serão necessários muitos anos para recuperar o nosso, um dia belo e hoje triste Rio Doce. Mas, a lição não pode se perder. O Governo de uma nação como essa não pode ser confiado à crianças, a delinquência juvenil, à irresponsabilidade de baderneiros esquerdistas. Se, entretanto, aqueles que se julgam maduros não tomarem a frente, em uma verdadeira cruzada, os tais baderneiros, para o nosso pesadelo, podem voltar, porque eles falam a linguagem dos infantes, e para o nosso espanto, a maior parte daqueles que tem o poder de voto, não amadureceram ainda (intelectualmente) e são, como já fartamente verificado, massa de manobra fácil. Como já disse Dostoievski, “Pode-se dizer tudo a uma criança – Tudo!”

 

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