É na hora da colheita que o coração se mostrará humilde ou orgulhoso.
Hoje, no café da manhã, minha filha caçula perguntou se eu acreditava na lei da atração. Não me pergunte de onde ela tirou isso, mas a minha resposta foi: particularmente, não acredito. Acredito na lei da semeadura. “Aquilo que você plantar, você colherá”, disse pra ela.
Basicamente, a lei diz que escolhas têm consequências. Mas a minha reflexão vai um pouco a mais... é que nem tudo que acontece conosco foi plantado por nós. Há sim, uma série de eventos que não foram produzidos por nós, sejam eventos ruins ou eventos bons... coisas boas e ruins também acontecem tanto com quem só planta sementes boas, quanto com quem nunca plantou nada... (se é que existe pessoas assim). Eu chamaria essa lei de a “Lei da Aleatoriedade”.
Agora, pensa comigo no tanto de coisas boas que nunca foram plantadas por nós. Será que você seria capaz de identificá-las? ...Sim, nem tudo foi plantado por nós.
E Deus? Deus sempre age em amor e bondade. E mesmo que colhemos o que plantamos, em Deus podemos também colher o que Ele já plantou – isso se chama graça. Receber o que não merecemos mesmo.
Por isso acho muito estranho, as pessoas que colocaram uma semente à terra, trataram daquela terra, e esperam...e esperam... mas que em termos da semente não fez nada porque a semente naturalmente germina, cresce e traz seus frutos, sem sabermos como. É graça, mais uma vez.
Por isso que está escrito, é Deus quem dá o crescimento.
Portanto, por mais ousado que seja plantar e esperar (o que merece reconhecimento sim), mas isso não é tudo. Há sempre uma ação divina (sobre)natural que deve nos prevenir de toda arrogância.
Para concluir: não se orgulhe porque recebeu algo de Deus. Não crie fórmulas mágicas como se alguém soubesse o segredo de mover a mão de Deus. Não transforme o amor espontâneo de Deus e uma técnica pragmática. Sejamos humildes para que nenhuma dádiva se perca em nós mesmos.
Um grande abraço,
Por Saulo Porto, teólogo e pastor, missionário da Missão Mãos Estendidas em Portugal e África, professor de Cosmovisão Bíblica na Jocum e estudante de Psicologia na Universidade do Algarve. Casado com Juliana, com quem tem duas filhas, Alice e Nadine.
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