Há casais que parecem que são grudados. Um não faz nada se o outro não estiver junto. Quem olha de longe acredita que são casais perfeitos e que vivem em plena harmonia. Entretanto, muitas vezes nos decepcionam quando terminam o namoro. Será que essa atitude é saudável para o relacionamento? Por que alguns casais agem assim?
De acordo com o psicólogo Thiago de Almeida, devemos estar atentos aos motivos que levam as pessoas a se comportarem dessa ou daquela forma. Para ele, se o que leva o casal a andar sempre grudado for insegurança, pode ser um problema. "Algumas pessoas confiam tão pouco nelas mesmas que impedem seus parceiros de viverem suas vidas porque imaginam que, ao explorarem o mundo, estes venham a se interessar por alguém e, conseqüentemente, abandoná-las", explica.
O especialista explica que é preciso ficar atendo para que o relacionamento caminhe mais para o lado do amor do que o da possessão. Mas se o caso for realmente afinidade e amor, pode ser que fazer tudo junto não prejudique a comunicação e o futuro dos dois. "Tudo depende dos acordos implícitos e explícitos que são colocados pelos parceiros e atualizados durante todo o relacionamento", afirma.
Quando a pessoa tem excesso de zelo e de preocupação com o parceiro (a), é importante que o um converse sempre com o outro a respeito dos seus receios, para não ser mal interpretado. "Talvez o excesso de demonstração de carinho ou de zelo possa ser encarado por alguns parceiros como sinônimo de insegurança ou de que o parceiro se envolveu em algum comportamento questionável", ressalta.
Para o casal ter sempre um relacionamento saudável e estar sempre em sintonia, é necessário que tudo o que estiver incomodando seja exposto ou esclarecido o mais rápido possível. Desta forma, não haverá ruído de comunicação entre os dois e se há amor será fortificado.
*Thiago de Almeida é psicoterapeuta de casais; pesquisador pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (Departamento de Psicologia Experimental), especializado no atendimento de problemas em relacionamentos amorosos; mestre pelo Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; e doutorando do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.