A província canadense de Quebec, no Canadá, decidiu recentemente tornar a educação sexual - incluindo aulas sobre homossexualidade - obrigatória para as crianças em todas as fases da escola, começando no jardim de infância.
Como informou a CBC News no sábado, a partir de setembro de 2018, crianças de até 5 anos "receberão uma breve explicação sobre as etapas envolvidas na criação de um bebê".
"Elas serão informadas de que um ovo e um esperma se unem para formar um zigoto que se tornará um embrião e depois um feto. Elas também aprenderão sobre os diferentes tipos de famílias, incluindo aqueles que envolvem casais homossexuais", acrescentou o artigo. "Eles também receberão os termos adequados para as partes do corpo masculino e feminino, incluindo a vulva, o pênis, o saco escrotal e os testículos".
Lisa Trimble, professora da McGill especializada em educação sexual, disse que aprender tais termos em uma idade jovem "pode proteger as crianças contra a exploração sexual".
"Se todos nós estamos falando o mesmo idioma e estamos removendo parte da carga ao redor, chamando-o pelo nome que se deve chamar, então as crianças são capazes de articular se elas estão tendo problemas", disse Trimble.
Crianças de 8 e 9 anos serão informadas sobre diferentes formas de agressão sexual, de contato sexual e toque, de estarem expostas à pornografia.
Já os mais velhos, com 11 e 12 anos de idade, aprenderão sobre a puberdade, como tópicos como lubrificação vaginal, erecções espontâneas e poluções noturnas.
O ministro da Educação, Sébastien Proulx, argumentou que é importante que as crianças aprendam sobre a puberdade antes de começar a experimentá-la.
Adolescentes de 13 e 14 anos de idade serão ensinados sobre consentimento e agressão sexual, e serão encorajados a "adotar uma atitude positiva com relação ao uso de preservativos", explicou Proulx.
As províncias de British Columbia, Alberta e Ontário também estão se preparando para apresentar o currículo e seguir o exemplo de Quebec, que deve torná-lo obrigatório em todas as suas 3.111 escolas no segundo semestre do ano que vem.
O presidente do sindicato de professores na região da cidade de Quebec, falou contra o plano, no entanto, posicionando que os educadores não foram treinados para ensinar esse conteúdo.
"Em princípio, penso que oferecer cursos de educação sexual é importante, mas isso está sendo feito um pouco rápido demais", disse Denis Simard.
Simard acrescentou que os professores também não foram consultados sobre o problema.
"Em um ponto, isso não funciona", disse ele. "Não se encaixa no cronograma".
Em 2015 a província de Ontário já havia tentado impor a mesma medida, mas centenas de pais tiraram seus filhos das escolas para protestar contra a decisão de usar o currículo de educação sexual obrigatória, alertando que o ensino de órgãos sexuais para crianças no primeiro ano, por exemplo, é "muito precoce".
As leis canadenses sobre crianças foram examinadas pelos conservadores em várias ocasiões no ano passado.
Em junho, por exemplo, Ontário aprovou uma legislação que permite que o governo tire as crianças da guarda das famílias que se recusam a aceitar a "identidade de gênero" escolhida ou a "expressão de gênero" pelos pequenos.
Jack Fonseca, estrategista político sênior da organização 'Campaign Life Coalition', falou contra a legislação, dizendo: "Com a aprovação do projeto 89, entramos em uma era de poder totalitário pelo estado, como nunca antes testemunhado na história do Canadá. Sem engano, este projeto de lei é uma grave ameaça para os cristãos e todas as pessoas de fé que têm filhos ou que esperam aumentar suas famílias através da adoção".