Ao menos seis pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas na manhã desta segunda-feira (08), quando terroristas abriram fogo contra civis em Ramot Junction, em Jerusalém, capital de Israel.
Entre as vítimas já identificadas estão Yaakov Pinto, de 25 anos, o rabino Levi Yitzhak Pash, Israel Mentzer, de 28 anos, e Yosef David, de 43 anos.
Pinto havia imigrado da Espanha e se casado recentemente. Pash atuava como professor em uma yeshivá em Jerusalém. Já Mentzer e David eram moradores do bairro de Ramot.
Posteriormente, outras duas vítimas feridas não resistiram e morreram. Entre elas estavam uma mulher de cerca de 50 anos e um homem de 57, ambos levados ao Centro Médico Shaare Zedek.
Ao menos 21 pessoas ficaram feridas no local e foram encaminhadas para três unidades médicas distintas, incluindo o Hospital Shaare Zedek e os Centros Médicos da Universidade Hadassah, localizados em Ein Kerem e Mount Scopus.
Além disso, mais de 26 pessoas receberam atendimento por crises de ansiedade decorrentes do ataque.
At least 15 people were injured in a shooting in the Ramot area of Jerusalem. 2 terrorists were neutralized. pic.twitter.com/1u0vmWt132
— Amit Segal (@AmitSegal) September 8, 2025
Os terroristas embarcaram em um ônibus da Linha 62, que percorre diversos bairros de Jerusalém, e abriram fogo contra os passageiros.
Em reação ao ataque, um soldado e alguns civis que estavam no ponto de ônibus enfrentaram os atiradores e revidaram.
Os dois terroristas, ambos na casa dos 20 anos e oriundos das cidades de El-Kubeiba e Katanna, próximas a Ramallah, foram mortos no local. O ataque recebeu elogios da Jihad Islâmica Palestina e do Hamas.
Além disso, o Shin Bet prendeu um morador de Jerusalém Oriental por suspeita de levar os terroristas à estação de ônibus.
As forças de segurança cercaram diversas aldeias nos arredores de Ramallah para reforçar a defesa ao longo da fronteira com a Cisjordânia. Operações de busca e interrogatórios estão em andamento na região.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) mobilizaram quatro companhias para o local do ataque e para a região de Ramallah, como parte da busca por possíveis cúmplices.
Após o ataque, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reuniu com os chefes das forças de segurança para avaliar a situação e, em seguida, esteve no local acompanhado do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.
O Serviço de Sangue do Magen David Adom (MDA) forneceu cerca de 60 unidades e componentes sanguíneos aos hospitais que receberam as vítimas.
Todos os acessos de entrada e saída de Jerusalém foram bloqueados enquanto prossegue a caçada para identificar os terroristas. A Rodovia 1 foi interditada a partir do Túnel Arzaim, no sentido leste, e a expectativa é de que permaneça fechada por um longo período.
Depoimento de socorristas
“Chegamos ao local em grande número assim que ouvimos o relato de ferimentos a bala”, descreveu o paramédico do MDA Nadav Taib.
“Quando chegamos, vimos pessoas inconscientes na estrada, na beira da estrada e na calçada perto de um ponto de ônibus. Houve muita destruição, vidros quebrados no chão e muita comoção. Começamos a fornecer tratamento médico aos feridos e atualmente continuamos a tratá-los e transportá-los para hospitais.”
“Eu imediatamente comecei a fornecer tratamento médico a uma mulher de cerca de 70 anos que tinha ferimentos penetrantes na parte superior do corpo”, disse o paramédico Shlomi Levy.
“Com a ajuda dos socorristas do MDA que chegaram ao local rapidamente, ela foi evacuada por uma unidade móvel de terapia intensiva do MDA para o hospital em estado grave. Após a evacuação, continuei tratando uma mulher na casa dos 40 anos. Ela estava consciente e tinha ferimentos de bala na parte superior do corpo. Prestamos cuidados que salvaram vidas e a evacuamos para o hospital, onde ela foi listada em condição estável.”
“Esta é uma cena muito grave”, disse o paramédico Fadi Dkaidek. “Chegamos com grandes forças e imediatamente começamos a fazer a triagem dos feridos e fornecer tratamento médico a várias vítimas com vários graus de ferimentos, incluindo casos graves e críticos. Os feridos estavam deitados na estrada e na calçada perto de uma estação de ônibus, alguns deles inconscientes. Continuamos a evacuar os feridos para hospitais rapidamente, enquanto fornecemos cuidados médicos que salvam vidas.”
“Tiroteio como nada que eu já experimentei”, contou uma mulher idosa que estava no ônibus atacado ao N12. “O ônibus estava lotado e, assim que parou na parada, houve tiroteio. Um homem suspeito fez um telefonema, que várias pessoas testemunharam. Enquanto ele estava ao telefone, os terroristas chegaram. Estou contando o que vi, mas outros viram mais. Fui para o outro lado da estrada e me escondi debaixo de outro ônibus.”
“As portas do ônibus não abriram, o motorista disse que havia um mau funcionamento”, relatou uma testemunha ocular do ataque.
Outra testemunha, Malka Cohen, relatou que as portas do ônibus não se abriram de imediato, e o motorista justificou a falha como um problema técnico. Logo após a abertura, porém, os terroristas começaram a atirar.