Um casal de judeus messiânicos não pôde se casar numa cerimônia judaica por serem seguidores de Jesus Cristo, segundo uma decisão da corte rabínica de Israel.
Judeus desde o nascimento, o casal israelense foi encaminhado para o Tribunal Rabínico de Tel Aviv, onde disseram que “acreditam que Jesus é Deus, que acreditam que no Novo Testamento, que foram batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e que acreditam na Santíssima Trindade”.
Eles fazem parte da comunidade messiânica Tiferet Yeshua, em Tel Aviv e afirmaram que esperam o povo judeu aceitar o Evangelho de Cristo.
Diante das declarações, o tribunal rabínico decidiu que o casal só poderia se casar numa cerimônia judaica se declararem “que tenham desistido completamente suas crenças cristãs e pertencerem à comunidade messiânica”.
No entanto, com a recusa do casal, os rabinos os declararam apóstatas do judaísmo. “Infelizmente, o culto dos judeus que crêem em Jesus mostra que eles passaram para outra religião, e até mesmo foram batizados para esta nova fé”, os juízes escreveram.
Os juízes rabínicos ainda citaram a decisão do Superior Tribunal de Justiça em 1992, que impediu um casal judeu messiânico dos Estados Unidos de obter cidadania israelense sob a Lei do Retorno, uma vez que havia se convertido ao cristianismo.
Todos os casamentos em Israel são controlados por autoridades religiosas, independentemente da religião, seja judaica, islâmica ou cristã. As leis foram retidas pelo Mandato Britânico e continuaram a serem aplicadas depois que o Estado de Israel foi estabelecido em 1948.
O Dr. Michael Brown, um pesquisador e escritor judeu messiânico, expressou sua decepção com a decisão. “Aos olhos da maioria dos judeus ortodoxos, os judeus messiânicos são hereges e idólatras, indignos de fazerem parte da comunidade judaica, embora eles ainda nos considerem judeus”, disse ele à World Net Daily.
Brown lamenta o fato de casamentos judaicos serem realizados em Israel por rabinos ortodoxos “que realizariam uma cerimônia para dois ateus de bom grado”. “Devemos protestar contra esta decisão reconhecendo que nosso chamado a seguir Jesus nos trará perseguição e rejeição”, acrescentou.