O embaixador de Israel nas Nações Unidas pediu nesta segunda-feira (29) que o New York Times seja punido por publicar uma caricatura antissemita, mesmo o jornal já tendo se desculpado pelo que chamou de “incidente”.
Danny Danon, o embaixador israelense na ONU, disse que o desenho “poderia ter saído das páginas do Der Sturmer, um jornal de propaganda nazista, e apesar disso a ação ficou impune”.
A ilustração, que apareceu na edição internacional de quinta-feira (25), mostra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como um cão-guia com uma coleira em forma de estrela de David conduzindo um Donald Trump cego, usando quipá.
Recentemente, o New York Times junto com a deputada democrata Ilhan Omar promoveram a ideia de que Jesus era palestino, e não um judeu que vivia na Judeia dominada pelos Império Romano.
O jornal se desculpou pela caricatura no sábado (27). “A imagem foi ofensiva, e publicá-la foi uma decisão errada”, disse.
Danny Danon, embaixador israelense na ONU (Foto: Li Muzi/Xinhua)
Para Dannon, as desculpas não foram suficientes. “Eu não estou em posição de aceitar ou rejeitar o pedido de desculpas, mas se alguém comete um erro, acredito que deve assumir a responsabilidade”, declarou o representante de Israel, acrescentando que imagens como esta podem incitar a violência contra os judeus.
No domingo, o NYT emitiu um pedido de desculpas adicional, dizendo que estava “profundamente arrependido”.
"Nós investigamos como isso aconteceu e entendemos que, devido a um processo falho, um único editor que trabalha sem a supervisão adequada, fez o download da caricatura e decidiu incluí-la na página de opinião", sustentou Dannon.
O NYT informou que o assunto estava sob revisão interna e que “mudanças significativas” devem acontecer.
“Aqueles que cometem atos antissemitas devem ser punidos, seja aqui na ONU, líderes políticos, editores, especialistas em política e acadêmicos”, afirmou Danon a repórteres antes de uma reunião do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio.