A embaixada do Paraguai em Israel voltará a ser transferida de Jerusalém para Tel Aviv, segundo o ministro das Relações Exteriores paraguaio, Luis Alberto Castiglioni. O anúncio foi feito menos de quatro meses depois que o país seguiu os Estados Unidos e moveu sua embaixada para Jerusalém.
Em resposta, Israel irá fechar sua embaixada em Assunção. “Israel vê com extrema gravidade a decisão incomum do Paraguai de lançar uma mancha sobre as relações entre os países”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Depois de anunciar a decisão na quarta-feira (5), Castiglioni justificou que o Paraguai “quer contribuir para uma intensificação dos esforços diplomáticos regionais para alcançar uma paz ampla, justa e duradoura no Oriente Médio”.
Seguindo os EUA e a Guatemala, o Paraguai moveu sua embaixada em maio, após uma decisão do então presidente Horacio Cartes nos meses finais de seu mandato, que terminou em agosto. O atual presidente, Mário Abdo, disse que não foi consultado sobre a mudança. Abdo é neto de um imigrante libanês.
Reações
O novo movimento do Paraguai irá reverter os laços diplomáticos que estavam sendo fortalecidos com Israel.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Maleki, parabenizou a decisão do Paraguai, destacando como “uma nova conquista diplomática palestina”. Ele ainda informou que havia se encontrado com Abdo duas semanas antes e que a Autoridade Palestina pretende abrir sua própria embaixada em Assunção.
O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, Saeb Erekat, saudou o anúncio: “Elogiamos a decisão do Paraguai de agir de acordo com suas obrigações perante a lei internacional, fechando sua embaixada em Jerusalém e a transferindo para Tel Aviv", afirmou em comunicado.
Erekat ainda convidou a Guatemala e os EUA a removerem sua embaixada de Jerusalém. “Nenhum país amante da paz seguirá sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel. Somente o respeito ao direito internacional e às resoluções da ONU ajudará a alcançar uma paz justa e duradoura”, argumentou.
Por outro lado, o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, considerou a mudança da embaixada “lamentável e decepcionante”. “O Paraguai sempre foi um firme apoiador do Estado de Israel. É extremamente preocupante testemunhar a tensão desnecessária nos laços entre dois amigos historicamente fortes”, afirmou Lauder.