Ameaças, ataques e incidentes anti-semitas aumentaram em mais de 100% até agora, este ano (2014) na França. As informações foram confirmadas pelo ministro do Interior, em um comício no domingo para protestar contra um violento ataque a um jovem casal judeu.
Três homens foram detidos pela polícia e compareceram perante um juiz de instrução, na última quarta-feira, 03/12, para responder sobre a invasão de uma, casa durante o dia, no subúrbio parisiense de Créteil. No caso, uma mulher de 19 anos de idade foi estuprada.
O namorado da jovem, (um rapaz de 21 anos de idade) foi amarrado durante o assalto. Ele disse que os homens decidiram invadir o apartamento porque sabiam os moradores eram judeus e acreditavam que haveria dinheiro e objetos de valor dentro do imóvel.
Falando a uma multidão de centenas de manifestantes o ministro francês, Bernard Cazeneuve disse que o governo iria defender a comunidade judaica com "toda a sua força".
"Temos de fazer da luta contra o racismo e anti-semitismo uma causa nacional", disse ele.
A França tem a maior população judaica na Europa, atualmente. O crescimento deste grupo aumentou em quase 50% desde a Segunda Guerra Mundial, totalizando cerca de 550.000 judeus, de acordo com o grupo "Umbrella" da comunidade CRIF.
Mas incidentes violentos como os assassinatos de três crianças judias e um rabino pelo atirador militante islâmico Mohamed Merah, em 2012, e confrontos em comícios pró-palestinos em Paris, ocorridos em julho deste ano, têm perturbado alguns membros da comunidade judaica.
Nos primeiros três meses de 2014, mais judeus deixaram a França, partindo para Israel. O número registrado nesta migração foi maior que em qualquer outro momento desde a criação oficial do Estado de Israel, em 1948. Entre os fatores por eles citados como causas desta saída, estão dificuldades econômicas, a economia estagnada da França, mas também o crescente anti-semitismo como é constante nestas listas.
Roger Cukierman - chefe do CRIF - exortou o governo a fazer mais para resolver o problema.
"Nós sentimos que algo mudou: não se resume mais apenas a incidentes de graffiti [pichações] ou ocorrências menores. Estas são ameaças de morte [contra a comunidade judaica]", disse à TV BFM.
"Isso não pode continuar assim", concluiu.
Com informações do Christian Today
*Tradução por João Neto - www.guiame.com.br