O Conselho Norueguês para Refugiados divulgou um relatório na semana passada, no qual alertou que mais de 1 milhão de pessoas já foram deslocadas internamente em Burkina Faso e grande parte dos casos envolve questões de intolerância religiosa contra os cristãos. Somente este ano de 2020, 453 mil pessoas perderam ou foram forçadas a deixar suas casas.
Esse aumento no número de deslocados pode ser explicado, principalmente em razão da violência de diversos grupos radicais islâmicos que atacam, entre outros locais, aldeias, famílias cristãs e igrejas, no norte e no leste do país.
Os ataques de jihadistas e a perseguição a cristãos se agravaram pela falta de água, devido a escassez de chuvas, e as restrições da Covid19.
Além de ficar sem moradia, grande parte dos burquinenses afetados está passando fome, e muitos deles são cristãos, conforme relato da Missão Portas Abertas.
Ainda no início deste ano, a organização cristã visitou Burkina Faso (antes que os bloqueios da Covid19 fossem estabelecidos) para encorajar os cristãos locais e se informar sobre o efeito da violência dos grupos terroristas contra a Igreja.
A equipe da Portas Abertas conversou com membros de igrejas, líderes e pastores de 14 áreas diferentes no norte, leste e sudoeste do país. Esses encontros possibilitaram que os parceiros da organização ouvissem histórias sobre como os ataques dos grupos radicais e o deslocamento forçado acabou causando dor e de traumas a esses cristãos.
“De Djibo a Dori (formando o triângulo do nordeste do país), você não encontrará igrejas abertas. Os cristãos fugiram para diferentes campos de refugiados ou cidades seguras como Kaya, Kongoussi, Sapouy, Djibo, Ye, Ouagadougou, etc. Quase nenhum cristão pode ser encontrado em campos de refugiados. Eles sempre irão à igreja quando chegarem em busca de ajuda, o que torna difícil para eles se beneficiarem das doações ou da ajuda distribuída aos deslocados por meio da prefeitura e dos serviços sociais”, explicou um pastor local.
A Portas Abertas está organizando uma ajuda emergencial para atender a todos os países da África Ocidental em que mantém projetos. Entre eles estão 872 famílias do norte de Burkina Faso, que se beneficiarão com as doações de alimentos, roupas, medicamentos e itens de necessidades básicas.