Sem FLA x FLU
Como nos atrapalham os rótulos! Escondem preconceitos, abreviam ideias, atalham pensamentos. "Ah, isso é coisa da direitona reaça", argumentam alguns. "Não! É culpa da esquerda festiva", respondem outros. Na discussão sobre siglas, sobra crítica, mas falta autocrítica. As ruas comprovam que a insatisfação não poupa nenhum dos lados. A disputa situação-oposição está esgotada. É hora de quem tem coragem para assumir posição.
Não encampo os #foraA ou #foraB. Há acertos e avanços de lado a lado. Há muito mais erros, muito mais contradições e outras tantas decepções de ambas as partes. Quem defende esse FLA x FLU não percebe que dá a si próprio o papel de torcida. Torcida não vê o que é melhor para o “futebol”. Torcida só quer o melhor para o seu time. Torcida, meus amigos, é espectadora...
O debate que enxergo é entre quem quer assistir e quem quer participar. É sobre os que defendem as velhas formas de política tentando abafar o grito daqueles que a querem nova, renovada, diferente. Por isso, em minha luta, não é essa ou aquela cor que defendo. Mas é pela causa de quem não tem que milito.
Minha luta é contra a injustiça que produz pobreza. É contra o desvio de dinheiro público para benefício de poucos e miséria de muitos. É por todo que é frágil e subjugado. E contra qualquer poderoso, qualquer soberbo, qualquer explorador. Minha luta é de cidadania. Minha luta é de patriotismo. Mas minha luta é, sobre tudo, de fé. “Vocês estão aqui para defender os indefesos. Para assegurar que os prejudicados tenham uma oportunidade de justiça. O trabalho de vocês é proteger os fracos, perseguir os que os exploram”, diz a Palavra. E eu digo, eis-me aqui.
- Carlos Alberto Bezerra Jr.