China força líderes a especificar religião no documento de identidade

Aparentemente, o governo chinês quer ter mais controle sobre o Tibete e sua identidade nacional.

Fonte: Guiame, com informações de Christian NewsAtualizado: segunda-feira, 7 de março de 2016 às 20:01
Enquanto a Constituição da China garante a liberdade religiosa, ela protege somente o que são consideradas atividades religiosas "normais". (Foto: Commons/ Wikimedia)
Enquanto a Constituição da China garante a liberdade religiosa, ela protege somente o que são consideradas atividades religiosas "normais". (Foto: Commons/ Wikimedia)

O governo chinês está tentando forçar os líderes religiosos a especificar sua religião nos documentos de identidade emitidos pelo Estado, de acordo com informações do site Mission Network News.

"Obviamente isso é novo, por isso, não sei como vai ser implementado. Mas no Oriente Médio, se o seu documento de identificação diz que você é um muçulmano, você não pode reemitir outro se você decidir mudar a sua religião (se você se tornar um cristão)", relata Todd Nettleton, porta-voz da organização Voice of the Martyrs.

Neste momento, o decreto visa monges budistas na China. Aparentemente, o governo chinês quer ter mais controle sobre o Tibete e sua identidade nacional. No entanto, Nettleton adverte que esta ação não vai parar por aí.

"Já existe um movimento em andamento para estender isso além dos monges budistas, mas também para padres católicos e, finalmente, a todos os membros das minorias religiosas na China", afirma Nettleton.

O governo da China contraria essa ideia afirmando que o país não é anti-religião, mas sim, anti-terrorismo. No entanto, essa repressão é resultante de uma aparente ameaça política.

"Eles veem que há mais cristãos membros de igrejas não registradas do que membros do Partido Comunista. Sua base de poder é o Partido Comunista, e ela está agora em número bem menor por causa dos cristãos. Então é, certamente, uma preocupação para eles", explica Nettleton.

Enquanto a Constituição da China garante a liberdade religiosa, ela protege somente o que são consideradas atividades religiosas "normais". "Temos visto ataques contra os edifícios das igrejas e pastores serem presos — até mesmo pastores de igrejas registradas", disse Nettleton.

De acordo com a UCA News, funcionários do governo estão também aplicando uma nova política que exige que as autoridades católicas romanas tenham cartões de identificação que comprovem a sua filiação religiosa, ou correrão o risco de perder o direito de pregar.

A campanha do governo levou à demolição de igrejas na província de Zhejiang, considerada a região com o maior número de cristãos da China. Desde 2013, mais de 1.700 cruzes foram retiradas e cerca de 400 igrejas foram demolidas.

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