O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi deposto e detido por militares nesta quinta-feira (11), após 30 anos de um governo marcado por políticas brutais contra os cristãos.
Segundo o ministro da Defesa do Sudão, Kamal Abdel Maaruf, um conselho militar administrará o país por um período de transição de dois anos e, em seguida, haverá uma eleição. Ele também anunciou três meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.
Milhares de pessoas antigoverno saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-Bashir, mas grande parte dos manifestantes pediu por um governo civil e disseram que não querem uma administração liderada por militares.
Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda de militantes islâmicos. Ele é alvo de dois mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, sob acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Segundo levantamento feito pela organização Portas Abertas, o Sudão é o 6º país que mais persegue cristãos no mundo. O país intensificou a perseguição com a aplicação total da sharia (conjunto de leis islâmicas), implementada por al-Bashir após a separação do Sudão do Sul.
O governo de Omar al-Bashir foi marcado por políticas brutais contra os cristãos. (Foto: Portas Abertas)
“Sob o seu regime, cristãos e muçulmanos enfrentaram o flagelo diário da rígida sharia, que levou inúmeros pastores à prisão, fechou várias igrejas e alvejou aqueles que decidiram deixar o Islã e abraçar o cristianismo”, disse o correspondente internacional da CBN News, George Thomas.
Os cristãos sudaneses estão acompanhando com o resto do mundo os próximos acontecimentos. Embora a queda de Bashir represente uma vitória para a nação, não há garantias de que seu substituto será melhor.
“O que vem a seguir é igualmente preocupante”, advertiu Thomas. “Os líderes militares do Sudão substituíram um antigo ditador militar por outro líder militar, mantendo assim o status quo. É por isso que os manifestantes pedem uma revisão completa do governo e uma transferência pacífica de poder para as autoridades civis”.
Com a difícil previsão sobre o futuro dos cristãos no Sudão, a Portas Abertas faz um apelo para igrejas de todo o mundo: orar por este povo que há muitos anos sofre nas mãos de um governo ditatorial.