Como a queda do ditador do Sudão pode afetar os cristãos perseguidos

A queda de Omar al-Bashir, após um governo marcado por políticas brutais contra os cristãos, apresenta um futuro incerto.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: sexta-feira, 12 de abril de 2019 às 15:11
Omar al-Bashir durante um pronunciamento à nação sudanesa. (Foto: Ashraf Shazly/AFP)
Omar al-Bashir durante um pronunciamento à nação sudanesa. (Foto: Ashraf Shazly/AFP)

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, foi deposto e detido por militares nesta quinta-feira (11), após 30 anos de um governo marcado por políticas brutais contra os cristãos.

Segundo o ministro da Defesa do Sudão, Kamal Abdel Maaruf, um conselho militar administrará o país por um período de transição de dois anos e, em seguida, haverá uma eleição. Ele também anunciou três meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.

Milhares de pessoas antigoverno saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-Bashir, mas grande parte dos manifestantes pediu por um governo civil e disseram que não querem uma administração liderada por militares.

Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda de militantes islâmicos. Ele é alvo de dois mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, sob acusações de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Segundo levantamento feito pela organização Portas Abertas, o Sudão é o 6º país que mais persegue cristãos no mundo. O país intensificou a perseguição com a aplicação total da sharia (conjunto de leis islâmicas), implementada por al-Bashir após a separação do Sudão do Sul.


O governo de Omar al-Bashir foi marcado por políticas brutais contra os cristãos. (Foto: Portas Abertas)

“Sob o seu regime, cristãos e muçulmanos enfrentaram o flagelo diário da rígida sharia, que levou inúmeros pastores à prisão, fechou várias igrejas e alvejou aqueles que decidiram deixar o Islã e abraçar o cristianismo”, disse o correspondente internacional da CBN News, George Thomas.

Os cristãos sudaneses estão acompanhando com o resto do mundo os próximos acontecimentos. Embora a queda de Bashir represente uma vitória para a nação, não há garantias de que seu substituto será melhor.

“O que vem a seguir é igualmente preocupante”, advertiu Thomas. “Os líderes militares do Sudão substituíram um antigo ditador militar por outro líder militar, mantendo assim o status quo. É por isso que os manifestantes pedem uma revisão completa do governo e uma transferência pacífica de poder para as autoridades civis”.

Com a difícil previsão sobre o futuro dos cristãos no Sudão, a Portas Abertas faz um apelo para igrejas de todo o mundo: orar por este povo que há muitos anos sofre nas mãos de um governo ditatorial.

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