O Irã é um dos países que mais reprimem o cristianismo. O governo entende que a conversão de muçulmanos ao cristianismo é uma ameaça ao domínio islâmico no país e, por isso, os cristãos ex-muçulmanos são rotulados como traidores.
“A perseguição é colocar o medo no coração e na mente de alguém, para tentar paralisá-lo com medo. O medo é muito perigoso”, disse Nazanin (nome fictício por razões de segurança), à Mission Network News.
Nazanin e seu marido plantaram igrejas no Irã, mas tiveram que fugir décadas atrás por causa da perseguição. “As autoridades do governo odiavam os cristãos com paixão”, lembra ela.
O Irã é o 8º país na Lista Mundial da Perseguição da Portas Abertas devido à sua repressão contra o cristianismo. “Eles queriam fechar a igreja e perseguir os cristãos. Lembro que eles vinham e aterrorizavam as pessoas”, confirma Nazanin.
Medo x Fé
Hoje, Nazanin supervisiona o Call Center 24 horas da Heart4Iran, uma rede de ministérios cristãos que atuam no Irã através da mídia e do rádio.
Até agora, em 2022, a Heart4Iran recebeu 515 profissões de fé de novos cristãos no Irã e nas regiões vizinhas. Seus conselheiros de oração estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ministrar às pessoas por telefone.
Nazanin diz que quando os iranianos ligam pedindo oração ou têm dúvidas sobre Jesus, o governo tenta afastá-los. “Depois que desligam, eles recebem uma gravação: 'Você ligou e está em perigo, vamos persegui-lo, vamos te prender, vamos te encontrar'”, conta. “Eles assustam para que não nos liguem novamente.”
Igreja doméstica no Irã. (Foto: Heart4Iran/Facebook)
Ela pede orações para que o Call Center da Heart4Iran possa alcançar mais pessoas e para que o medo seja superado com fé. “O medo faz as pessoas buscarem a paz e se apegarem a Jesus mais desesperadamente, porque Jesus é o único que pode derrotar a morte e o medo”, destaca Nazanin.
Os operadores do Call Center também ministram às pessoas através das mídias sociais. Nazanin diz que no Facebook, há muitas conversas, especialmente com os mais jovens.
Para alguns afegãos e iranianos, “é a primeira vez que ouvem sobre o Evangelho. Eles ficam chocados”, continua ela.
“Eles fazem muitas perguntas e mantêm todos nós ocupados. Alguns de nós tiveram que trabalhar tarde da noite, apenas conversando e respondendo suas perguntas, trazendo versículos da Bíblia e ensinando a eles o básico”, disse.