Em 2021, o empresário Arnô Stuhr, de 51 anos, começou um projeto desafiador: traduzir todo o Novo Testamento para a língua pomerana, um idioma esquecido na Europa, trazido a algumas partes do Brasil por descendentes da Pomerânia.
Arnô levou quase um ano para concluir seu projeto de tradução, que teve início em janeiro e terminou em dezembro de 2021.
“Eu sempre tive um apreço muito grande pelo povo pomerano e observei que temos muitos pomeranos que não sabem ler e entendem bem melhor quando livros e assuntos são abordados na língua pomerana. Então decidi que iria traduzir o Novo Testamento em áudio e disponibilizaria gratuitamente para a população pomerana”, disse ele à Tribuna Online.
“Assim, todos teriam a oportunidade de se aproximar mais da língua materna e claro, das Sagradas Escrituras”, acrescentou.
Os pomeranos são um povo alemão originário da Pomerânia, entre as atuais Alemanha e Polônia. Depois da Segunda Guerra Mundial, milhares de pomeranos imigraram para o Brasil, especialmente no Espírito Santo, partes da Região Sul e Rondônia.
A língua pomerana praticamente desapareceu na Europa e o Brasil é o único país no mundo onde ainda se fala regularmente o pomerano.
Mais desafios
Depois de concluir o Novo Testamento, Arnô começou a tradução também do Antigo Testamento em pomerano.
“Procuro fazer um capítulo todos os dias. Acredito que daqui dois anos termino e os pomeranos terão a Bíblia inteira traduzida para a língua materna dos meus ascendentes, que é o pomerano. Será um sonho realizado”, disse.
A tradução da Bíblia não é o único empenho de Arnô para levar o Evangelho aos pomeranos.
Ele tem publicado diariamente postagens de capítulos da Bíblia em grupos de WhatsApp distribuídos para cerca de 500 inscritos.
Além disso, ele tem representantes que distribuem exemplares do Novo Testamento entre as comunidades de pomeranos no Espírito Santo, Rondônia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.
“O distrito autoral é liberado e não pretendo ganhar dinheiro com o projeto. Quem revende sim, está autorizado a comercializar os pen drives e ganhar o que for necessário para a distribuição”, explicou.