Um renomado escritor chinês e ativista democrático que se converteu ao cristianismo em 2016 foi detido pela polícia no dia 4 de novembro, depois de dar uma palestra no webinário intitulado “Cristianismo e cultura chinesa”.
Após se converter ao Evangelho, Ran Yunfei foi batizado pelo pastor Wang Yi, na Igreja Early Rain Covenant de Chengdu e desde então tem se envolvido ativamente em compartilhar a mensagem de Cristo. Como convidado, Ran estava programado para ministrar três palestras no webinário de pregação online, intitulado “Evangelho durante a Pandemia”, que se realizou entre os dias 3 e 5 de novembro (2020).
No dia 3 de novembro, Ran chegou a ministrar com sucesso sua palestra sobre “A substância da cultura chinesa”, na qual resumiu as características da cultura de seu país. Porém, no dia seguinte, antes da palestra agendada para as 17h, Ran recebeu um telefonema da delegacia de polícia local, exigindo que ele cancelasse sua participação no evento e que comparecesse à delegacia, onde posteriormente ficou detido por algumas horas.
Com a convocação e posterior detenção de Ran, o webinário teve que reproduzir um vídeo gravado. Ran só voltou para casa por volta das 23h e compartilhou enviou notícias aos colegas via WeChat.
“Estou grato por ter retornado. Não poderei ministrar a palestra de amanhã também. Mas devemos compartilhar o Evangelho falando? Se você entende que o fato de estar acorrentado é também compartilhar o Evangelho (não apenas com as pessoas que falam com você, mas também com muitos que o assistem), então devemos nos sentir felizes por entrar na delegacia várias vezes”.
Esta não foi a primeira vez que ele foi convocado pela polícia. Em abril passado, Ran foi levado pela delegacia antes de seu webinar de pregação também. Sempre que procuram silenciá-lo, eles o proíbem de falar. “Beber chá” com a polícia (outro termo para ser convocado) já se tornou uma norma para Ran.
Segundo Missão Portas Abertas (EUA), a China está classificada como um dos piores países do mundo quando se trata de perseguição aos cristãos. A organização internacional observa que todas as igrejas são vistas pelo governo como uma “ameaça”, caso se tornarem grandes demais, “políticas demais” ou convidem estrangeiros para pregar ou participar de outras ações.