Depois de passar um mês na prisão por acusações infundadas antes de ser libertado sob fiança, o pastor R. Kirubendran conta que ficou perplexo com a hostilidade com que foi tratado pelos policiais.
Até mesmo a mídia e os moradores da região o maltrataram depois de tantos anos vendo-o servir a comunidade no norte da Índia. Kirubendran foi falsamente acusado por extremistas hindus de “conversão forçada” e “insulto à religião”.
Depois disso, várias igrejas foram fechadas no distrito de Ghazipur, estado de Uttar Pradesh, onde ele e sua esposa serviram.
‘Chocado e intrigado com as acusações’
O pastor Kirubendran foi libertado em 24 de maio após quatro tentativas fracassadas de obter fiança. Sua esposa, Manju Tiruvendram, e sua filha de 18 meses passaram 13 dias na prisão antes de serem libertadas sob fiança em 6 de maio.
Ele relata que ficou chocado e intrigado com as acusações depois de servir na cidade de Kasimabad por seis anos sem incidentes. “Tudo foi muito tranquilo e cordial, até que de repente naquele domingo, dia 23 de abril, a multidão começou a nos acusar”, disse ele ao Morning Star News.
“Os aldeões nunca se opuseram a nós desde o momento em que começamos a adorar aqui até agora”, disse ao revelar que fornece educação gratuita para a aldeia desde 2017, com a participação de 60 crianças.
“Eu queria educá-los. As famílias que têm dinheiro mandam seus filhos para aulas de coaching pagando altas taxas. E as pobres crianças? Minha esposa e eu nos preocupamos muito com a educação dos mais pobres, então trabalhávamos por eles”, explicou.
‘Impedidos de retomar os cultos’
Além de oferecer educação às crianças pobres, o pastor conta que sempre ofereciam conselhos às famílias que pediam apoio: “Não temos dinheiro para ajudá-los financeiramente, mas se eles tivessem que levar alguém para o hospital em caso de emergência, nós íamos com eles”, disse Tiruvendram.
“Cerca de 90 pessoas compareceram à igreja, mas retomar os cultos, mas isso não foi possível. A pessoa de quem alugamos a casa bloqueou a entrada da igreja com uma tela de bambu”, disse.
“Aqueles que reclamaram contra nós são pessoas de alta casta. Eles são ricos e influentes. Minha vida pode estar em perigo, devo me manter seguro e discreto. Teremos que provar que não somos culpados, mas inocentes”, continuou.
‘Ataque às igrejas e prisão de pastores’
De acordo com o Morning Star News, a polícia e os moradores atacaram a família depois do culto, no dia 23 de abril. “O mesmo aconteceu com as igrejas em todo o distrito”, disse o advogado e ativista de direitos Dinanath Jaiswar.
“No mês de abril, as igrejas foram atacadas no distrito de Ghazipur todos os domingos. Grupos locais identificaram cada igreja do distrito e prepararam uma lista. Eles atacaram igrejas sob falsa acusação de conversão forçada e mandaram os pastores para a cadeia”, contou.
O número de incidentes em Uttar Pradesh aumentou acentuadamente após a implementação da lei estadual contra conversão forçada ou fraudulenta. A Lei de Proibição de Conversão Ilegal de Religião de Uttar Pradesh, 2021, originou-se como Portaria 2020 que entrou em vigor em 27 de novembro de 2020.