No último domingo (8), muçulmanos impediram cristãos de realizarem um culto de Natal na casa de um pastor, na Indonésia.
Em uma vila na província de Java Ocidental, moradores muçulmanos bloquearam a estrada para a casa do pastor da Igreja Pentecostal na Indonésia, impedindo os membros da congregação de comparecerem a um culto de Natal.
Na ocasião, os muçulmanos alegaram que o local não foi oficialmente aprovado pelo governo.
No entanto, o pastor da igreja, Nicky Jefta Makary, afirmou que havia avisado com antecedência sobre o culto à associação do bairro, ao chefe da associação de moradores, ao chefe de polícia local e a um Comando de Unidade Militar.
Segundo o Morning Star News, uma reunião doméstica não requer permissão na Indonésia, e o pastor Nicky informou que conhecia os regulamentos sobre os cultos de Natal.
“Lembro a vocês que este país é um país que defende os direitos humanos. Por que estamos sendo impedidos, quando queremos fazer algo bom?”, disse o pastor.
Após conversar com as autoridades locais, o pastor mudou o local do culto para um campo ao ar livre em frente ao escritório de marketing da Cipta Graha Permai Housing.
Contudo, os moradores também bloquearam o acesso ao novo local instalando uma barricada na entrada.
‘Os policiais devem intervir’
Após o ocorrido, Kefas Hervin Devananda, presidente de uma Associação de Jornalistas Cristãos da Indonésia (PEWARNA), explicou que o estado deve intervir quando minorias sofrem tal perseguição:
“O Estado deve estar presente se houver atos contra a Constituição. Não deve haver ninguém em nome algum para impedir outras pessoas de realizar cultuar de acordo com sua religião e crenças com base em 'permissão'”.
E continuou: “Os policiais devem agir com firmeza se houver partes que tentam realizar perseguição impedindo outros de cultuar de acordo com suas crenças, porque isso é contra a lei e deve ser processado de acordo com a lei aplicável”.
O presidente do Instituto Setara, Hendardi, informou que questões relacionadas à proibição de culto, intolerância e violações da liberdade religiosa “não parecem ser uma prioridade para a nova administração do presidente Prabowo Subianto”, que assumiu o cargo em 20 de outubro.
A Indonésia ficou em 42º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas de 2024 como um dos lugares mais difíceis para ser cristão.