Conteúdo sensível: o texto a seguir contém relato de violência sexual.
Uma jovem cristã foi estuprada por familiares hindus devido a sua fé, no distrito de Kondagaon, na Índia.
De acordo com o Morning Star News, a mulher de 20 anos, que não teve o nome revelado, estava semeando milho em sua terra, junto com sua mãe e a irmã mais nova, quando a violência aconteceu, em 15 de julho.
O seu tio, Chinta Naag, e três primos foram ao campo e ordenaram as mulheres a pararem de plantar no local.
Como a família cristã depende da plantação para seu sustento, a mãe disse a Naag que a terra era de seu falecido marido e que ela tinha o direito de trabalhar nela.
Durante a discussão, os homens começaram a fazer ameaças de morte. Em seguida, os três primos – Mukesh, Suresh e Lokesh – pegaram a mulher de 20 anos pelos cabelos e a arrastaram para sua casa.
Quando a mãe tentou detê-los, Mukesh a agrediu com uma pá, deixando-a inconsciente.
"Um primo bateu na cabeça da minha mãe com o machado e o segundo a atingiu com uma pá no peito. Eles bateram nela repetidamente, até que ela desabou em uma poça de seu próprio sangue”, contou a jovem, ao Morning Star News.
Os três primos hindus a arrastaram para sua casa, enquanto ela gritava por socorro. Porém, os vizinhos só assistiram a cena e não ajudaram.
"Ninguém veio me resgatar, pois me arrastaram pelos cabelos e minha irmã ficou chorando perto do corpo da minha mãe", lembrou ela.
"Lokesh ficou com o machado me ameaçando para ficar abaixada e cooperar, caso contrário, ele me mataria. Suresh agarrou meu pescoço pressionando minha cabeça no chão, enquanto Mukesh tirou minha legging e me estuprou”, relatou.
Fugindo para a selva
Após o abuso, a cristã conseguiu fugir para uma selva próxima. "Minha irmã também se juntou a mim enquanto eu fugia apenas com minha roupa superior, deixando o corpo de minha mãe ao ar livre", disse.
Enquanto elas fugiram, o tio e os primos ordenaram que não denunciassem os crimes à polícia. Mukesh ainda as perseguiu na selva com um machado.
"Nós apenas corremos com todas as nossas forças, não olhamos para trás. Não sei até onde corremos, mas só paramos quando chegamos à delegacia de Dhanora”, afirmou a vítima de estupro.
As irmãs contaram tudo o que havia acontecido aos policiais. Pouco tempo depois, Mukesh chegou à delegacia.
"Ele rapidamente admitiu que, porque nos tornamos cristãos, eles não querem que tenhamos uma parte da propriedade do meu pai, já que meu pai não era cristão quando morreu, e só começamos a crer [em Jesus] depois da morte do meu pai. Mukesh admitiu ter batido em minha mãe, mas negou que tenha me estuprado", contou a jovem.
A polícia local prendeu Mukesh e registrou uma queixa formal por sequestro, relação sexual ilícita, estupro coletivo e tentativa de assassinato.
Mãe hospitalizada
Os policiais foram socorrer a mãe das jovens, que ainda estava inconsciente no campo. "Não tínhamos ideia se nossa mãe estava morta ou ainda viva", disse a jovem.
A mãe foi levada ao hospital, onde passou por várias cirurgias, devido a uma fratura na caixa torácica. "O corte da pá foi tão profundo que atingiu o fígado e o danificou", comentou a jovem.
No dia seguinte, a polícia prendeu Naag e os outros dois filhos. A família cristã se mudou para outro local por motivos de segurança.
“Nos recusamos a desistir de nossa fé”
Após dois meses do ataque, a mãe continua acamada e precisa de cuidados 24 horas. "Por causa das orações de muitos, minha mãe começou a comer", observou sua filha.
A família se converteu à fé cristã há 6 anos e frequenta uma igreja local. "Todos na família ficavam doentes todo ano. Quando começamos a acreditar em Jesus, todos foram curados”, testemunhou a jovem.
Desde que elas se converteram, seus familiares hindus passaram a persegui-las. "Nós nos recusamos a desistir de nossa fé, e agora eles chegaram ao ponto de atacar minha mãe para matá-la e me estuprar. Embora sejam meus primos de primeiro grau, infelizmente, eles não me veem como sua irmã”, lamentou ela.
A Índia ocupa a 11ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas. Conforme a missão, 3.123 cristãos sofreram violência sexual por seguir Jesus em 2024. A maioria das vítimas são meninas e mulheres.