Um relatório revelou a gravidade da onda de perseguição religiosa que tem atingido a Nigéria em 2021 e o descaso do governo frente às atrocidades cometidas contra os cristãos no país.
De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram, no primeiro semestre de 2021.
Além disso, 3 mil cristãos foram sequestrados por grupos islâmicos. Já o número de igrejas ameaçadas, fechadas, destruídas ou queimadas é estimado em cerca de 300, desde janeiro deste ano. Pelo menos dez líderes religiosos (pastores e padres) foram sequestrados ou mortos pelos jihadistas.
O relatório da Intersociety afirmou que: “Os pastores Jihadistas Fulani são responsáveis pela maioria das mortes com pelo menos 1.909 cristãos mortos em 200 dias, seguidos pelo Boko Haram, Província da África Ocidental do Estado Islâmico e Bandidos Fulani muçulmanos que mataram conjuntamente 1.063 cristãos, enquanto o Exército Nigeriano, a Força Policial e outros ramos das Forças Armadas foram responsáveis por 490 mortes. As 3.462 mortes incluem 300 decorrentes no cativeiro dos jihadistas, numa média de três mortes em cada 30 cristãos raptados e desaparecidos, e outras mortes adicionais de 150 que representam tecnicamente 'figuras sombrias do crime'”.
A Intersociety também condenou o descaso do governo nigeriano com a violência contra cristãos. “É profundamente triste que até agora os responsáveis pelos açougues anticristãos no país tenham continuado a evadir a justiça e permanecido sem controle, não rastreado e não investigado; levando à impunidade e repetidas atrocidades”, afirmou a organização.
“As vítimas sobreviventes e familiares das vítimas mortas também foram totalmente abandonadas pelo governo da Nigéria. O governo nigeriano continuou a enfrentar duras críticas e fortes acusações de culpabilidade e cumplicidade nos assassinatos e supervisão dos mesmos”, denunciou a ONG.