O Grupo de Segurança Nigeriana, uma organização que monitora as vítimas dos atos de violência do Boko Haram, estima que 2014 foi o ano com mais mortes, em cinco anos de atuação do grupo terrorista no nordeste da Nigéria.
Mais de 9 mil pessoas foram mortas como resultado da violência do Boko Haram em 2014, enquanto mais de 1,5 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas devido aos conflitos, de acordo com o grupo de monitoramento.
Além disso, o grupo estima que cerca de 940 pessoas foram mortas por ataques terroristas apenas no mês de novembro, enquanto maio registrou o maior número de mortos, com mais de 4 mil vítimas fatais.
Outra estimativa feita pelo Conselho de Relações Exteriores levantou um número de mortes semelhante, informando que ocorreram mais de 10.340 mortes entre novembro de 2013 e novembro de 2014, devido à violência do Boko Haram. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o número de mortos pelo Boko Haram corresponde ao número de mortos pelo grupo terrorista Estado Islâmico no Iraque, que tiraram a vida de 10.733 no mesmo período.
"A violência se tornou tão forte que as pessoas não têm mais vida", disse o senador nigeriano Ahmed Zanna. "Eles não podem cuidar de suas fazendas, eles não podem trabalhar em seus negócios. Eles [Boko Haram] dominam a vida das pessoas todos os dias. As pessoas estão com medo, e o medo é real".
Os bombardeios, tiroteios, invasões de fazenda e sequestros têm se tornado frequentes nas regiões dominadas pelo Boko Haram, e cada vez mais adolescentes do sexo masculino têm sido raptados e forçados a se tornarem soldados. "Quase todos os dias, em 2014, foram marcados por ataque mortais do Boko Haram, ao contrário de anos anteriores", disse o chefe de polícia Alhaji Yusuf Hassan. "Os militantes começaram a sequestrar adolescentes e jovens para serem soldados neste ano. Nós não tínhamos essas coisas terríveis acontecendo por volta de 2009".
O Boko Haram se tornou um nome conhecido em abril, quando sequestrou 276 estudantes de uma escola secundária na cidade de Chibok. O sequestro gerou maior atenção internacional para o grupo, contando com a criação do movimento #BringBackOurGirls (Traga Nossas Garotas de Volta), que ganhou o apoio de muitos, incluindo a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama.
Além dos assassinatos, sequestros e milhões de pessoas deslocadas, o Boko Haram destruiu mais de 800 edifícios escolares, impedindo o acesso à educação para mais de 194 mil estudantes.
Embora as eleições da Nigéria aconteçam daqui dois meses, muitos políticos nigerianos da região nordeste não acreditam que as eleições possam ser realizadas. "É um pouco insensato a continuar falando sobre eleições", disse o governador de Borno, Kashim Shettima. "Só em Borno, mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas, enquanto milhares foram mortas."
Com informações de The Christian Post
Traduzido por Luana Novaes - www.guiame.com.br