Para deixar seu país e sair em missão, é preciso ser movido pelo principal impulso: o amor. Segundo o apóstolo Marcelo Brinholi, integrante da Missão Mãos Estendidas (MME), só assim é possível se doar ao propósito de Deus e às pessoas.
“Acredito que primeiro a paixão, o amor e a intercessão”, disse Brinholi em entrevista ao Guiame durante viagem no Malawi. “Um bom missionário começa orando pelas nações e contribuindo para as nações. Depois as outras coisas só vem a acontecer na vida dele”.
Brinholi acredita que, para ser um missionário, é preciso ter vocação, paixão, intercessão e investimento. “Para ser um missionário, você não pode caminhar com a intenção de receber. O verdadeiro missionário caminha com a intenção de dar”, destacou.
Além de estar envolvido em missões, Brinholi é líder do Ministério Apostólico Para as Nações, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Sua paixão pela África surgiu antes mesmo de iniciar o ministério pastoral e nasceu também no coração de sua esposa, Adriana.
Embora a MME lide com um contexto de miséria, Brinholi diz que o projeto não se move pela miséria dos africanos, mas “pelo amor”. “Não podemos alimentar o sentimento de miséria em ninguém”, afirmou. “Viemos com essa proposta de mudança interior, para que haja uma mudança exterior. Não alimentamos esse sentimento em nós, muito menos neles. Acreditamos que podemos levá-los a ver a vida com outros olhos”.
Marcelo Brinholi em viagem missionária ao Malawi, junto com sua esposa, Adriana. (Foto: Reprodução/Facebook)
Tendo o Islã como a religião de maior número de adeptos, a África oferece muitos riscos aos missionários por causa do extremismo religioso e terrorismo. Ainda assim, Brinholi cita a frase do apóstolo Paulo em Atos 20:24: “não tenho minha vida por preciosa”.
“Eu acredito que o amor é parte fundamental, não pensamos em nós mesmos. Viemos com a intenção de dar. Estamos aqui e não estamos pensando em nossa casa, estamos vivendo esse momento. O coração fica conectado com o propósito de Deus e com as pessoas. O coração não fica pensando no ar condicionado ou na cama. Nós realmente nos entregamos e viemos com um propósito específico, de todo o coração”, disse o pastor.
Quando o líder se apaixona por missões, a Igreja também é despertada pelos não alcançados. “Quando a minha esposa veio [à África] pela primeira vez, a igreja cresceu muito no conceito de missões, teve seu incendiado por uma paixão e passou a investir mais em missões. A igreja também cresceu porque nosso coração fica mais quebrado, mais sensível às necessidades das pessoas e à voz do Espírito Santo”, declarou Brinholi.