A pastora Talitha Pereira, líder da Igreja do Amor, compartilhou uma carta aberta aos filhos de pastores no Instagram, no último sábado (7).
Talitha reconheceu os desafios de crescer como filhos de líderes ministeriais e ofereceu consolo a eles.
“Eu sei que você está acostumado aos holofotes desde cedo. Mas essa carta não é uma tentativa de exposição, é um abraço à distância”, escreveu ela.
Exposição e julgamentos
A líder lembrou que filhos de famílias pastorais enfrentam expectativas alheias, que podem gerar sofrimento emocional.
“Você não escolheu estar no centro de expectativas muitas vezes irreais. Você não escolheu passar pelas mudanças impostas pelo crescimento diante de uma plateia. Você não escolheu ser observado desde tão novo, e mais julgado do que compreendido”, afirmou.
Segundo Talitha, ser filho de pastor gera exposição e julgamentos que não foram escolhidos.
“Muitas vezes, durante a jornada, você pode sentir como se estivesse vivendo sob um microscópio. ‘Vocês viram como ele fala? O que ele escuta? Como se veste? Com quem anda? Quem ele é?’”, observou.
“A privacidade é um bem precioso que pode parecer escasso. Sua vida não é apenas sua; ela se entrelaça com a vida pública de seus pais, e isso pode gerar uma sensação de falta de liberdade para ser quem você é”, acrescentou.
Supostos “privilégios”
O papel de “filho de pastores” tem muitas responsabilidades. Mas, conforme Talitha, muitas pessoas só enxergam os supostos “privilégios”.
A pastora citou um exemplo que aconteceu com sua própria família. “Anos atrás, compartilhei que minhas filhas tomavam banho na igreja aos domingos e já as colocava no carro vestindo o pijama. Uma pessoa comentou: ‘É muito privilégio mesmo! As outras crianças não têm esse direito’. E pensei: é verdade. Mas, as outras crianças não estão nos três cultos todas as semanas, chegando antes de todo mundo e saindo depois que as luzes apagam”, contou.
“Não deixe satanás enganá-lo”
Diante de tantos desafios, Talitha Pereira deu conselhos para os filhos de pastores se manterem firmes na fé.
“Entendo sua dor e tenho um pedido, que eu diria às minhas próprias filhas quando esse sentimento chegasse. Não deixe satanás enganá-lo. As expectativas alheias não são o seu alvo, mas agradar a Cristo. A autenticidade não é um sonho distante, é o centro da vontade de Deus”, encorajou.
E continuou: “Os seus sacrifícios invisíveis por amor ao Senhor e à sua família, estão sendo vistos na eternidade e não são considerados pequenos. O acolhimento que parece raro, é constante e fiel nos braços do Pai”.
Pereira ponderou que líderes nunca devem colocar o ministério acima da família, mas viverem juntos o propósito do Senhor.
“Um dia, os seus pais disseram sim a um chamado de sobremodo excelente: o ministério. Mas não para que lhe custasse sua família, e sim para que vocês vivessem - juntos - a vontade de Deus”, disse.
“Então, ame a Igreja – mesmo com as imperfeições que ela carrega – por um motivo: você nasceu para amar o Senhor dela”, concluiu a pastora.
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