O médico britânico Thomas O'Brien, 56, estava tratando uma dor que surgiu na paciente depois de uma cirurgia no estômago. O médico convenceu a paciente a visitar sua igreja, e lá expulsou demônios dela, de acordo com o Daily Mail.
O'Brien afirmou que o "diabo estava dominando a vida dela" e que ela tinha "objetos do diabo" em sua casa. A paciente passou a frequentar algumas reuniões da igreja, acompanhar seu canal de TV, ler um livro cristão presenteado pelo médico e sua esposa, e recebeu O'Brien para orar em sua casa.
Depois de uma crise de depressão – na qual O'Brien orientou que era relacionada à possessão demoníaca –, a paciente contou ao seu psiquiatra sobre o assunto, e ele relatou o “tratamento espiritual” de O'Brien ao Conselho Geral de Medicina (CGM).
Após uma audiência em Manchester, Inglaterra, O'Brien enfrenta acusações de má conduta, pelo uso de sua posição profissional para influenciar as crenças religiosas do paciente.
"A paciente consultou o Dr. O'Brien por telefone quando estava com muita dor, deprimida e a ponto de se suicidar. No decorrer da consulta por telefone, o Dr. O'Brien perguntou se ela tinha fé, e ela disse que não. Ele disse que ele e sua esposa conheciam uma maneira diferente de curá-la, que não envolvia a medicação", escreveu o advogado CGM, Peter Atherton.
"O Dr. O'Brien e sua esposa também convidaram a paciente para almoçar com eles e seus amigos em um restaurante. Um destes amigos era o pastor da igreja. O'Brien e sua esposa fizeram amizade e tentaram evangelizar a paciente. Eles, muitas vezes, oraram com ela e a levaram para reuniões, onde ela participou de práticas religiosas", continuou Atherton.
Documentos fornecidos por O'Brien revelam que a relação de sua esposa com a paciente aconteceu apenas com fins cristãos. A paciente, no entanto, acredita que os atos de bondade eram uma forma de preparação religiosa para causar divisão dentro de sua família.