O pastor Andrew Brunson e sua esposa Norine falaram sobre as dificuldades que sofreram em razão da perseguição religiosa por parte do governo turco, durante aproximadamente dois anos e meio em que ele esteve preso.
Falando diante de milhares de pessoas reunidas em Birmingham, Alabama (EUA), para a Conferência de Pastores da Convenção Batista do Sul, na última segunda-feira (10), o casal explicou em um painel moderado por Timothy George, como era o teste do processo. Em suas observações antes do painel, o pastor evangélico disse que houve momentos em que ele pensou em suicídio.
George, que é o reitor da Universidade ‘Beeson Divinity School’, observou que desde que o pastor luterano Martin Niemöller, que criticava veementemente o regime nazista, tornou-se prisioneiro de Adolf Hitler, nenhum outro pastor preso inspirou tantas orações ao redor do mundo como Andrew Brunson. Entrevistada juntamente ao pastor Andrew, Norine Brunson disse que um dos principais focos de sua vida era se manter orando por seu marido e encorajá-lo na fé durante seu tempo na cadeia.
"Eu era a viúva persistente", ela disse, sorrindo, enquanto explicava seu trabalho junto à diplomacia do governo. "Eu bati em todas as portas, provavelmente muitas vezes. Eu provavelmente fiz de mim mesma uma praga para aquelas autoridades".
Embora houvesse momentos em que ele quis tirar sua própria vida, foi a Palavra de Deus que o sustentou, particularmente o Salmo 118, segundo Andrew relatou.
Por um tempo ele nem sequer teve permissão para ter uma Bíblia em sua cela de prisão. Quando ele finalmente conseguiu ler uma, acabou passando muito tempo em Filipenses e em 2 Timóteo, e foi especialmente encorajado pelas palavras do apóstolo Paulo sobre terminar bem a corrida da fé.
A esposa de Brunson era a única que tinha permissão para visitá-lo e só tinha cerca de 35 minutos por semana para vê-lo. O casal falava por telefone através de vidro reforçado.
"Ela era uma leoa", disse o pastor Brunson sobre sua esposa, contando como ela o encorajava, falava sempre a verdade e até mesmo o "exortava" às vezes.
Norine Brunson acrescentou: "Eu acho que a dificuldade maior é que não há promessas [nas Escrituras] quando se trata de perseguição. Não há promessas de que estaremos livres disso, somente a de que seremos perseguidos"
Fortalecendo a fé
Durante parte de seu aprisionamento, Brunson ficou preso em Izmir, Turquia, que na era bíblica era a antiga cidade de Esmirna. Foi também nessa mesma cidade que Policarpo, um bispo cristão do século 2, foi martirizado pelo Evangelho. Depois Brunson também ficou preso em outra parte do país, que foi o local da antiga cidade greco-romana de Pérgamo, que é referido como o "trono de Satanás" em Apocalipse 2.
"Eu busquei a presença de Deus e intimidade com Ele por anos e finalmente a provei", disse Andrew Brunson, observando como era uma luta brutal e confusa.
Durante os primeiros sete meses de prisão, ele disse que perdeu mais de 20 quilos.
"Deus, se eu sair dessa situação, vou ter um testemunho da minha fraqueza e da Sua força", ele disse em sua oração.
Ele não esperava que fosse sofrer tanto, mas depois leu mais sobre aqueles na história das missões que foram perseguidos por causa de sua fé e também quiseram morrer em meio ao abuso que sofreram, como Adoniram Judson, o primeiro missionário protestante enviado da América do Norte para pregar na Birmânia.
"Esta é a realidade do sofrimento e da perseguição. É muito, muito difícil ... isso me forçou além do que eu poderia suportar, mas havia graça e havia muitas orações me sustentando", relatou.
Foi somente quando ele mudou seu foco sobre o legado de fé que ele passaria para seus filhos e resolveu lutar por sua fé, que sua perspectiva mudou.
Em 2009, Deus falou com Brunson sobre um movimento de Deus chegando à Turquia, mas que isso aconteceria em tempos difíceis. A Turquia é a maior nação não-evangelizada do mundo e a igreja permanece pequena em número no país, segundo Norine Brunson observou, pedindo à multidão que ore para que os cristãos turcos possam discernir com precisão a voz de Deus.
Quando Brunson foi finalmente libertado e voltou para os Estados Unidos em outubro, eles pararam na Casa Branca, onde o casal orou pelo Presidente Trump no Salão Oval.