Capelão conta como levou Deus aos atletas paralímpicos em Paris

Em seu 10º evento internacional como capelão da organização Atletas em Ação, Joël Thibault acompanhou os atletas paralímpicos.

Fonte: Guiame, com informações da Baptist Press e InfoChrétienneAtualizado: quinta-feira, 19 de setembro de 2024 às 12:30
O capelão de atletas Joël Thibault. (Foto: Reprodução/Baptist Press)
O capelão de atletas Joël Thibault. (Foto: Reprodução/Baptist Press)

Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em sua 17ª edição, foram realizados entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro, reunindo aproximadamente 4.400 atletas de diversas partes do mundo.

Em meio a esse cenário de superação e competição, o capelão protestante Joël Thibault desempenhou um papel fundamental ao levar a mensagem do Evangelho aos participantes.

Com Paris marcando seu décimo evento internacional como capelão, Thibault atua na organização Atletas em Ação na França, onde pôde acompanhar e apoiar os esportistas ao longo de várias semanas.

Apaixonado pelo esporte, Joël Thibault passou grande parte de sua juventude acreditando que seu futuro seria no futebol.

Ele confessou à Baptist Press que, na adolescência, ele frequentemente trocava os cultos dominicais com seus pais pelos treinos no clube, priorizando o esporte em vez da igreja.

"O futebol era minha prioridade", relembra Thibault. "Cresci em uma família cristã, mas preferia ir à praia jogar futebol com meus amigos a ir à igreja."

No entanto, em sua vida adulta, o que Deus tinha para ele era um ministério ligado ao esporte.

Capelão na Vila Olímpica

Em entrevista ao InfoChrétienne, Thibault compartilhou sua experiência como capelão na Vila Olímpica dos Jogos Paralímpicos, onde esteve à disposição dos atletas para conversar sobre Jesus e a fé cristã.

Ele explicou que os Jogos Paralímpicos são voltados exclusivamente para atletas com algum tipo de deficiência, seja física, mental ou intelectual, abrangendo tanto o esporte adaptado quanto o esporte para pessoas com deficiência.

“O atleta paraolímpico não difere do atleta olímpico em suas necessidades porque continua sendo um atleta e um ser humano por direito próprio. O que vai mudar é a nossa maneira de falar com ele. Por exemplo, algumas pessoas podem chegar em cadeiras de rodas ou cegas. Pode haver diferentes tipos de situações que tornam o relacionamento diferente. Devemos também adaptar o nosso mobiliário e o nosso acesso, por exemplo, a pessoas em cadeiras de rodas”, disse.

Ao falar sobre seu trabalho como capelão para os atletas paralímpicos, Thibault destacou que as demandas são tão diversas quanto o número de competidores.

No entanto, apenas alguns podiam participar dos cultos aos domingos, pois muitos enfrentavam limitações de tempo, e algumas delegações preferiam que os atletas permanecessem na vila para manter o foco na competição.

“É importante experimentar esta liberdade de culto e poder experimentá-la dentro da aldeia”, disse.

Para alguns, a capela era um refúgio de tranquilidade, enquanto para outros servia como um espaço para aliviar preocupações, buscar encorajamento ou simplesmente conhecer novas pessoas.

Testemunho de Daniel Dias

Sobre as necessidades espirituais dos atletas paralímpicos, o capelão disse que são muito diferentes de um atleta para outro.

Daniel Dias tem 27 medalhas em Paralimpíadas e 33 medalhas em Parapans. (Foto: Alê Cabral/ CPB)

“É isto que torna o desporto paralímpico especial: a mistura entre atletas que nascem com deficiência física ou mental e outros que sofreram acidentes e que fazem com que hoje se encontrem em situação de deficiência”, explicou.

“É verdade que algumas pessoas podem passar por fases de questionamento e lidar mal com a sua deficiência, particularmente durante períodos de fracasso e desempenho. Isto pode levar a orações onde os atletas perguntam a Deus: ‘Por que eu? Por que passei por isso?’"

Thibault diz que esses famosos “porquês” que os levam a clamar a Deus e a questioná-lo. “Também conheço muitos atletas que perceberam que a sua situação também pode ser uma forma de dar glória a Deus e agradecer-lhe porque têm este trabalho. Eles podem expressar um presente que talvez nunca tivessem pensado que expressariam.”

Thibaut deu o exemplo do depoimento do campeão paralímpico brasileiro Daniel Dias “que usou seus talentos para celebrar a Deus”.

Em um vídeo publicado pela PlusQueSportif em 2016, o atleta paralímpico que nasceu sem mãos e sem pés testemunha:

"Muitas pessoas me perguntam: 'Por que você está sempre sorrindo? Qual é o seu segredo? Porque com Jesus na minha vida sou feliz'”, declarou.

“Meu segredo é que conheço o Deus que pode fazer o impossível em nossa vida. A mensagem de Deus para minha vida é: Você nasceu sem um braço e com uma perna para mostrar ao mundo meu poder e o que posso fazer através de um ser humano que está totalmente envolvido comigo"

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