Na última quinta-feira (23), a Igreja Evangélica Luterana da Suécia anunciou que não irá mais usar termos masculinos como "Ele" ou "Senhor" para se referir a Deus.
Segundo autoridades da denominação, a nova medida adotada se justifica inicialmente pelo fato de que "Deus não é humano", porém a busca pela "igualdade de gênero" também foi revelada pela direção da igreja.
“Teologicamente, sabemos que Deus, está além de nossas determinações de gênero. Deus não é humano”, justificou a arcebispa Antje Jackelén, líder da igreja sueca. Ela apontou que a decisão é 'mais inclusiva'.
A Igreja Evangélica Luterana da Suécia tem uma aceitação notável no país, considerando que cerca de 60% da população sueca é batizada nela.
A "novidade" foi anunciada pela denominação após oito dias de conferência, na qual foram discutidas mudanças no guia que mostra como os cultos da igreja devem ser conduzidos em termos de linguagem, hinos e liturgia.
A agência sueca de notícias TT informou que a nova medida será adotada a partir do feriado de Pentecostes, em 20 de maio do próximo ano. A partir de então, apenas o nome "Deus" será usado.
Contexto
A mudança, no entanto, tem sofrido críticas, como as do Professor de Teoologia da Universidade de Lund, Christer Pahlmblad. Ele declarou ao jornal dinamarquês "Kristeligt Dagblad" que a Igreja sueca agora é "conhecida como uma Igreja que não respeita a herança teológica comum".
Fato é que, na tentativa de "se modernizar" e se atualizar diante da sociedade, a Igreja Evangélica Luterana da Suécia pode ter optado pelo o que popularmente se chama de "tiro no pé", ou seja, de comunidade cristã mais aceita na Suécia, pode passar a perder cada vez mais fiéis.
Segundo o pastor Paul Washer, as tentativas de igrejas que buscam "se adequar à cultura" não agem de forma correta.
"Parece que muitos não estão apresentando a Igreja ao mundo como o pilar e o apoio da verdade, mas como algo intelectual, cultural e legal. Em tais casos o escândalo do Evangelho é perdido, a liberdade torna-se libertinagem e muito tempo é disperdiçado, tentando convencer o mundo de que não somos tão ignorantes, pouco sofisticados e pouco elegantes como se pensa que nós somos", afirmou. "No final o mundo não é convencido e nós simplesmente nos parecemos com idiotas".