Um homem da Síria diz ter sido torturado e quase decapitado depois que ele se converteu ao cristianismo, nos Estados Unidos. Uma igreja de Oklahoma publicou seu nome na internet, juntamente com a informação de que ele havia sido batizado. O ex-muçulmano, identificado no processo como "John Doe", diz que depois de seu batismo, em 2012 na Primeira Igreja Presbiteriana em Tulsa, ele retornou à Síria e foi sequestrado por muçulmanos radicais que souberam de seu batismo.
Ele diz que agora é procurado por assassinato na Síria. "O apelante afirma que sofreu inúmeras lesões físicas e danos psicológicos, todos causados pela publicação do seu batismo. Ele havia recebido a promessa de que seu batismo seria mantido em sigilo", escreveu o tribunal em sua opinião majoritária, de acordo com o site ABC News.
Mas o tribunal confirmou uma decisão, a de se abster da "interferência indevida com as crenças e práticas religiosas", apesar dos ferimentos do homem. O chefe de justiça, Douglas Combs, escreveu sobre a opinião da maioria: "Pela doutrina da autonomia da igreja, os tribunais não têm a jurisdição do assunto sobre a matéria", relatou.
Keith Ward, advogado do queixoso disse que seu cliente está considerando uma petição ao tribunal para uma nova audiência. Ele acrescentou que desde que o processo foi arquivado em 2014, seu cliente tornou-se um cidadão dos EUA e agora vive em Tulsa, mas luta contra lesões que sofreu no ataque e teme por sua vida a cada dia.
Liberdade religiosa?
Um advogado da Primeira Igreja Presbiteriana, John Tucker disse que a decisão do tribunal foi significativa porque afirma a importância da liberdade religiosa. "Este é o primeiro caso nos Estados Unidos em que um tribunal afirmou que como uma igreja realiza seus batismos é apenas de interesse da igreja e não está sujeito à interferência dos tribunais civis", disse Tucker. "Isso é importante, porque o batismo é um conceito essencial do cristianismo", finalizou.
Diversas agências de notícias que relatam casos de conversões dos ex-muçulmanos têm o zelo de não divulgar o nome verdadeiro ou até mesmo uma imagem do indivíduo.Isso acontece pelo fato da perseguição contra muçulmanos que se convertem ao cristianismo ser grande demais no Oriente Médio. Por esse motivo, é importante salientar que não é interessante a publicação dos nomes ou registros fotográficos dessas pessoas que podem acabar sendo prejudicadas.