
Frente Parlamentar Evangélica olhada de perto. Composta por sujeitos de sotaques diversos que carregam em suas pastas responsabilidades distintas. Nas lapelas, iniciais partidárias múltiplas. O pertencimento denominacional das vossas excelências dá conta que o universo cristão protestante é marcado no Brasil pelas rupturas frequentes e formação de novas igrejas. A Frente é bem mais Pentecostal do que Protestante; mais macho do que fêmea; mais clerical do que leiga. No início da 54ª Legislatura contava com 76 Deputados Federais e três Senadores. Difícil imaginar organicidade em um grupo tão heterogêneo o tempo todo em todas as questões políticas.
Frente Parlamentar Evangélica olhada de longe. O exercício de prospecção futurística é sempre arriscado. Mas ao que tudo indica, devido ao clima quente na 54ª Legislatura em torno do debate da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, a Bancada Evangélica na 55ª Legislatura deve crescer. Além do fator numérico deve vigorar uma acentuada inclinação para um tipo de representação política que cultiva a radicalização conservadora nas questões morais.
O Pastor Silas Malafaia deve figurar como um cabo eleitoral estratégico nos pleitos executivos de 2014, inclusive na definição da Presidência da República. Caso coloque a sua candidatura na rua o pastor deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) deve ser um dos recordistas de votos em 2014 para a Câmara Federal.
Frente Parlamentar Evangélica olhada de lado. Nem tão poderosa como se pensa, nem tão fraca como é olhada pelos atores políticos exógenos. Concordo que há por parte dos meios de comunicação tanto desconhecimento como generalizações sobre os evangélicos na política. É fácil concluir que a cobertura jornalista privilegia a linguagem grotesca quando os evangélicos estão no foco das atenções. Preconceitos religiosos respingam nas análises acadêmicas ditas isentas. Por isso que não custa insistir em buscar respostas com honestidade intelectual. A Frente Parlamentar Evangélica precisa ser investigada e monitorada como ator político. É o que faremos nos próximos artigos neste espaço generoso da Revista Fórum.
- Valdemar Figueredo Filho
Revista Fórum
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