Embora as redes sociais sejam espaços democráticos que dão voz à diversas opiniões, muitos cristãos têm utilizado essa plataforma como meio para discussões, exposição de críticas e avaliações negativas em relação às igrejas e doutrinas.
Em entrevista ao Guiame durante a pré-estreia do filme “A Cabana” na última segunda-feira (3), em São Paulo, Priscila Seixas, pastora e irmã do fundador da Igreja Bola de Neve, o apóstolo Rina, disse que muitos cristãos deveriam filtrar conteúdos nas mídias sociais.
“Eu acho que a internet deve ser peneirada, como todos os meios de comunicação — você deve ouvir o que vale a pena descartar e o que não vale”, disse ela.
Entre os evangélicos, Priscila acredita que a exposição de visões opostas nas redes sociais tem sido utilizada de maneira negativa. “Para o meio cristão, isso ainda não se tornou uma boa ferramenta. As pessoas têm discutido muito, ao invés de se unirem para pregar o Evangelho”.
“Você pode ver que muitos cantores gospel e outras pessoas que não fazem absolutamente nada são massacradas pela internet. Acho que há muito o que melhorar. O cristão deve aprender a usar essa ferramenta, parando de criticar e amando mais”, Priscila acrescentou.
Priscila Seixas durante ministração na sede da Igreja Bola de Neve. (Foto: Reprodução/YouTube)
“A Igreja Evangélica pegou o cetro de justiça que Deus não deu em sua mão”, a pastora avalia. “Eu sempre falo isso. Deus não mandou ficarmos lançando julgamentos entre nós, é um péssimo testemunho ficar ‘quebrando o pau’ na internet enquanto todo mundo está olhando”.
Segundo a pastora, a maior dificuldade que existe hoje no meio cristão é a religiosidade. “Não é religiosidade no sentido de seguir o Evangelho, muito pelo contrário. As pessoas colocam rótulos, exigem muito delas mesmas ou criticam tanto os outros que não conseguem entrar no céu e nem deixam que ninguém entre”, afirma.
Outra dificuldade apontada por Priscila é a resistência dos evangélicos com as pessoas que estão iniciando sua caminhada com Cristo. “A Igreja deve entender que não saímos do mundo, mas ainda vivemos no mundo. É muito complicado você chegar num patamar de cristianismo e fechar as portas para o mundo. Você não tem que levar o mundo para dentro da Igreja, mas você precisa se preparar para receber as pessoas — nem para bajular, nem para expulsar, mas entender que Deus tem um tempo para elas”.