Igrejas africanas em Londres recebem cerca de 20 mil pessoas aos domingos

Congregações cristãs africanas crescem na Inglaterra em contraste com as locais que estão esvaziadas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019 às 11:39
Os membros da igreja de Muchinjikwa são batizados na praia de Southend. (Foto: Reprodução/Reuters).
Os membros da igreja de Muchinjikwa são batizados na praia de Southend. (Foto: Reprodução/Reuters).

Com suas próprias características culturais e sem perder a essência do cristianismo, diversas igrejas evangélicas africanas estão crescendo no sul de Londres, capital da Inglaterra. Acredita-se que cerca de 250 igrejas de maioria negra estejam no bairro de Southwark, onde 16% da população se identifica como tendo etnia africana.

O bairro representa a maior concentração de cristãos africanos no mundo fora do continente, com cerca de 20.000 fiéis frequentando igrejas todos os domingos, segundo pesquisadores da Universidade de Roehampton.

Há um contraste marcante com os bancos vazios em muitas igrejas tradicionais da Inglaterra, onde as congregações diminuíram durante anos.

Abosede Ajibade, um nigeriano de 54 anos que se mudou para a Grã-Bretanha em 2002 e trabalha para uma empresa de manutenção de escritórios, diz que os ingleses levaram o cristianismo para a África, mas hoje a maioria deles não serve mais a Jesus Cristo. “Oramos por este país”, disse.

Com membros provenientes da África Ocidental, de língua de Yoruba, a congregação se apresenta quase toda vestida com roupas brancas. Os músicos tocam hinos em ritmos afros usando instrumentos, como bateria, teclado e violão e algumas mulheres se prostram no chão em oração.

Em um antigo e grande prédio industrial, com seu interior pintado com detalhes em tinta dourada, um alto-falante lembra as pessoas sobre uma lista de atividades proibidas: não fumar, não beber álcool, não praticar magia negra.

Adoração e cultos on-line

Qualquer pessoa que vá ao sul de Londres em uma manhã de domingo verá adoradores, geralmente vestidos com roupas africanas de cores deslumbrantes, indo a igrejas, cada um com seus diferentes estilos de adoração.

Os hinos são cantados apenas em línguas africanas em algumas igrejas, ou apenas em inglês em outras. Alguns pastores levam os fiéis para batismos de imersão total no frio do Canal da Mancha. Outros acreditam que quando os crentes de repente começam a falar em línguas desconhecidas, isso marca a presença do Espírito Santo em suas vidas.

As igrejas africanas abriram suas portas em Londres a partir dos anos 1960, seguidas por uma segunda onda nos anos 80.

Os migrantes, muitos deles da Nigéria e Gana, procuraram construir comunidades e manter conexões culturais com seus países de origem, fundando suas próprias igrejas, muitas vezes iniciadas em casas particulares, escolas e escritórios.

À medida que as comunidades cresciam, as igrejas se mudavam para espaços maiores em salas de bingo, cinemas e armazéns, reunindo congregações de até 500 pessoas onde os cultos são transmitidos on-line.

Amor a Deus

Os pesquisadores da Universidade de Roehampton descobriram algumas coisas que muitas igrejas têm em comum: o impulso para o avanço profissional, o compromisso de passar três horas ou mais no culto de domingo e, tipicamente, adoração em tom muito alto.

“É assim que expressamos nossa alegria e gratidão a Deus”, diz Andrew Adeleke, pastor da Casa de Louvor, uma das maiores igrejas africanas em Southwark, que funciona em um antigo teatro.

“A igreja não deveria ser um cemitério”, disse Adeleke. “É um templo de celebração e adoração e a beleza é poder expressar nosso amor a Deus, mesmo quando as coisas não são perfeitas em nossas vidas”.

Assim como a maioria das igrejas evangélicas, o lado social é bastante forte nas congregações africanas. Algumas delas fornecem alimentos para pessoas que lutam para sobreviver, outras trabalham com jovens em risco de recrutamento por gangues.

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