O pastor e teólogo John Piper falou recentemente sobre casais que se envolvem com “fantasias sexuais” enquanto se relacionam: “O pecado fantasiado continua sendo pecado”, ele explicou.
Durante um episódio do podcast “Pergunte ao pastor John”, postado no Desiring God, na segunda-feira (27), ele recebeu a seguinte pergunta:
“Meu marido gosta de ‘fantasiar’ no quarto, dentro de um cenário de escravidão e dominação. Ele quer que eu diga coisas como 'Eu sou sua escrava' e gosta de simular que está me estuprando”, compartilhou uma ouvinte que não se identificou.
“Mas ele é uma pessoa muito legal fora do quarto. Ele apenas quer ter essas fantasias na cama. O que devo fazer?”, ela questionou.
“Fingir que comete pecado, também é pecado”
Piper explicou que “fingir que está cometendo um pecado, também é pecado”, citando as palavras de Jesus em Mateus 5.27-29, sobre o adultério. Segundo o pastor, o padrão de santidade de Jesus não é apenas um padrão de atos corporais, mas também de cenas mentais.
“Se você precisa fazer sexo de forma pervertida, com atos sexuais cada vez mais bizarros e não convencionais, às custas do prazer de seu cônjuge, você está colocando a vontade dele acima da sua. Esse não é o caminho de Cristo, alertou.
“Se você busca uma situação sexual imaginária porque é mais estimulante e prazerosa, porque é algo proibido, então você está vivendo como um tolo e está incorporando o princípio da escravidão”, continuou.
Sobre as práticas sexuais de evangélicos casados
Em 2016, a socióloga Kelsy Burke, da Universidade de Nebraska-Lincoln, publicou um livro analisando as práticas sexuais de evangélicos casados, através de uma análise que fez após consultar 36 sites.
“Em comentários de blogs e fóruns de mensagens online, os usuários do site, às vezes, debatem se um determinado ato sexual é ou não correto”, explicou Burke durante uma entrevista para o Christian Post.
“A atitude predominante é que se um crente está em comunicação aberta com Deus e seu cônjuge sobre seus desejos, então esses desejos são permitidos”, ela disse.
A socióloga aborda também a relação entre o cristianismo conservador e a heterossexualidade. “Minha pesquisa atual inclui projetos sobre ministérios de mulheres evangélicas e debates contemporâneos sobre pornografia”, ela conta em sua biografia.
O sexo não é a essência do casamento
Esta não é a primeira vez que Piper compartilha seus pensamentos sobre questões delicadas em torno da sexualidade. Em 2020, o teólogo disse que Deus, às vezes, envia sonhos sexuais indesejados para “nos avisar e também quebrar nosso orgulho para nos impedir de pecar”.
Ele acredita que “realmente Deus usa os sonhos” com essa finalidade. “Quando você sonha que está fazendo coisas ilícitas é porque Deus está usando essas cenas para alertar: Não faça isso”, relacionou.
Ele também explicou anteriormente que “a atração sexual não pertence à essência do casamento” e o prazer sexual “não é essencial para o casamento”, frisou.
“A essência do casamento é cumprir a aliança entre um homem e uma mulher enquanto ambos viverem. E, com certeza, esse pacto inclui a promessa de doar-se ao outro também nas relações sexuais, conforme 1 Coríntios 7.3”, acrescentou.
“O marido deve dar à esposa os direitos conjugais, e da mesma forma, a esposa ao marido. Mas não há nada na Bíblia que ordene qualquer grau particular de prazer físico nesse relacionamento”, concluiu.