“A Palavra de Deus é digna de confiança e nós podemos simplesmente acreditar nela”. Apesar de parecer óbvia para grande parte dos cristãos, a frase dita recentemente pelo pastor Luciano Subirá foi colocada em meio a um alerta feito por ele sobre o uso de “superstições” no meio evangélico.
Segundo ele, há muitos novos convertidos que acabam incorporando crenças pessoais ou adaptando-as à sua fé depois que se entregam a Jesus formando algum tipo de mistura de crenças que não condizem com o ensino bíblico.
“No meio cristão, muitas vezes, depois que muita gente se converte, elas simplesmente transportam um determinado tipo de comportamento, uma determinada forma de crença e começa a simplesmente adaptar isso para sua nova expressão de fé, dentro do cristianismo”, alertou.
“Com isso, nós temos misturas. Não são consideradas por muitos como um sincretismo religioso, mas em uma análise mais profunda, vamos perceber que em um certo sentido, dá para pensar dessa forma”, acrescentou.
Lendo a passagem de 1 Timóteo 4:1-5, Subirá lembrou que esse tipo de contexto já havia sido anunciado pelo apóstolo Paulo em sua carta.
“Quando Paulo está exortando Timóteo a cumprir plenamente seu ministério, ele faz isso diante de Deus, diante de Jesus Cristo, que vai julgar vivos e mortos, e destaca: ‘você tem que pregar a Palavra, instar, quer seja oportuno, quer não’. Outra versão diz ‘a tempo e fora de tempo’. Nessa questão de instar, ela diz: ‘Exija, corrija e exorte com toda a paciência’. Por que? Obviamente, ele está dizendo: ‘Vai chegar um tempo em que as pessoas vão acreditar naquilo que elas querem acreditar não no que Deus diz que elas devem acreditar”, destacou.
“Muitas vezes, nós estamos tentando aferir a verdade pela popularidade, com um argumento que não necessariamente é bíblico. O texto fala de gente que ‘vai se recusar a dar ouvidos à verdade, se entregando a fábulas’”, acrescentou.
Após ler as definições técnicas dos termos “superstição” e “crendice”, Subirá explicou porque considera a incorporação dessas crenças pessoas à fé cristã como essas características.
“Basicamente, é aquele tipo de crença popular que nunca foi orientada pela instituição religiosa. No nosso caso, não vamos falar da Igreja, mas vamos falar das Escrituras. Tem muita gente decidindo acreditar em algo que não está em linha com a Palavra de Deus”, disse.
“Em nome do exercitar a fé, da busca pela intervenção de Deus - o que em si, eu diria que não é errado - têm muitas vezes pegado caminhos muito perigosos. Uma das culturas dos tempos modernos é o que alguns chamam de materialização da fé”, acrescentou.
Subirá explicou que essa tentativa de “materializar a fé” vai contra o que a própria Bíblia ensina sobre a fé.
“As pessoas precisam, de alguma forma, em vez de entender que a fé, de acordo com a Palavra de Deus é exatamente a convicção daquilo que não se vê, elas muitas vezes querem ver, tocar, sentir e cria-se, às vezes por parte da própria liderança, por parte da própria igreja, uma ideia de que há a possibilidade de vermos a materialização da fé”, alertou.
“São pessoas que fazem todo tipo de campanha, colocando todo tipo de muleta da fé possível: ‘Eu vou orar com o copo de água e quando você beber a água…’”, exemplificou.
Generalizando a experiência
O pastor reconheceu que Deus tem e sempre terá o poder e autoridade para agir de forma sobrenatural e fora do convencional, porém isso também não quer dizer que o que ocorreu em uma situação específica vá se tornar regra.
“Eu não estou dizendo que Deus não pode usar determinadas situações e dar determinadas direções fora do convencional. Quando Jesus ora com os enfermos, cuspindo a saliva no chão, fazendo barro com a própria saliva na terra e aplicando nos olhos deles, você não tem um precedente para isso. Mas você também não vê Jesus nos mandando repetir isso. Então, não significa que aquilo que Ele fez em alguma ocasião específica tenha que necessariamente se tornar um padrão a ser repetido”, explicou.
“A Palavra de Deus fala das pessoas tomando os lenços e aventais de uso pessoal de Paulo e quando levavam aos enfermos, eles eram curados, pessoas endemoniadas eram libertas. Então, eu não posso dizer que Deus não pode usar esse formato”, lembrou.
“O que eu quero comunicar é que eu e você não precisamos de mais nada além da Palavra. A fé se apoia na Palavra, vem por ouvir a Palavra, é uma resposta à Palavra de Deus e há coisas que eu e você podemos experimentar, simplesmente porque levamos a Palavra de Deus a sério, porque a gente se posiciona e diz: ‘Se Deus falou, está falado. A Sua Palavra é verdadeira. Passarão os céus e a terra, mas a Sua Palavra não há de passar’”, finalizou
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