A primeira vez que Rachelle Starr entrou em uma boate de strip-tease, ela se certificou que estava sem maquiagem. Ela também levou três amigas de sua igreja. "Eu não queria parecer uma crente", disse ela. Em menos de dois minutos, o barman perguntou: "Por que vocês estão aqui?"
Rachelle estava de olhos arregalados, pois era filha de um pastor e não poderia ir em boates. A sala escura, as luzes néon, a música alta e as dançarinas — tudo era muito novo para ela. Mas a jovem sabia exatamente o que dizer.
"Jesus me enviou aqui para fazer algo gentil e amoroso para as mulheres nesta boate", disse ela ao barman. Nove anos depois, Rachelle ainda pode repetir exatamente o que falou naquele dia. “Posso te trazer uma refeição?”, Rachelle perguntou. “Não”, respondeu o barman. "Essa é a coisa mais louca que já ouvi. Absolutamente não", ela lembra.
“Posso falar com o gerente ou com o dono?”, perguntou Rachelle. “Não, ele está ocupado”, disse o barman. Então a moça e suas amigas sentaram no bar, bebendo Sprite e Coca-Cola, conversavam com o barman e seus clientes.
"Cerca de 30 minutos depois, eu senti a presença de Deus me mover para ir até um homem", disse Rachelle. Ela se apresentou, apertou-lhe a mão e disse: "Jesus me enviou aqui para fazer algo gentil e amoroso para as mulheres nesta boate". O homem era o dono do estabelecimento.
O empresário disse que em seus 30 anos de administração sempre via cristãos protestando do lado de fora, mas nunca tinha visto um crente entrar na boate para ajudar outras pessoas. "Bem, aqui estou eu", disse ela.
O início de um ministério
O homem permitiu que ela levasse uma refeição, depois outra. Nove anos mais tarde, o ministério Scarlet Hope de Rachelle Starr atua em 22 das 23 boates de Louisville, em Kentucky, nos Estados Unidos. À medida que a administração muda, o acesso pode mudar.
"Eu nunca expulsei alguém daqui", disse um proprietário a Rachelle. Mas sua iniciativa estava fazendo com que seus empregados fossem embora.
Sua preocupação era real, pois a Scarlet Hope já ajudou mais de 600 mulheres a migrarem para novas carreiras e centenas aceitaram Cristo. Mais de 300 voluntários e 21 funcionários agora ministram para 300 e 400 profissionais do sexo, e Rachelle iniciou uma conferência para ajudar os outros a fazer o mesmo em outras cidades.
"Eu tive que pagar dez dólares para entrar na boate", disse ela sobre a primeira noite. "Algumas pessoas dizem: 'Você pagou dez dólares a esse clube?' Eu paguei. Foi o melhor dinheiro que investi na minha vida", diz.
Antes de Rachelle ser diretora de um ministério que cuida de profissionais do sexo, ela gerenciou vendas e marketing para uma empresa de mídia. Em 2007, cerca de um ano depois de se mudar para Louisville com seu marido, ela estava passando por uma boate de strip-tease quando Deus a levou a compartilhar sua esperança e amor com as mulheres daquele lugar.