Após grande repercussão que o documento ["Relatio"] do Vaticano alcançou nesta semana, abordando posicionamentos a serem tomados pela Igreja Católica com relação a "situações familiares difíceis", o presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Raymundo Damasceno comentou a relevância do documento e quais são os próximos passos a serem dados pelo Vaticano.
Sem dúvida alguma, os trechos do texto que têm chamado a atenção de pessoas em todo o mundo é o novo olhar que o Vaticano tem lançado sobre o homossexualismo. No documento, o Vaticano destacou que "é preciso acolher e amparar" os homossexuais.
"Os homossexuais têm dons e qualidades a oferecer à comunidade cristã: seremos capazes de acolher essas pessoas, garantindo a elas um espaço maior em nossas comunidades? Muitas vezes elas desejam encontrar uma igreja que ofereça um lar acolhedor”, afirma o documento.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente da CNBB esclareceu que o documento pode trazer mudanças "no campo pastoral, mas não no campo doutrinal".
"No campo pastoral pode haver mais ou menos sensibilidade pelos padres sinodais. Em princípio, fica claro que não se trata de discriminar ninguém. Trata-se de acolher, apoiar e aconselhar. Mas a orientações finais serão dadas pelo papa. A Igreja, neste sínodo, não discute a doutrina sobre o matrimônio. Para nós, o matrimônio é sempre de um homem e uma mulher. [...] O casamento é e sempre foi considerado pela igreja como uno e indissolúvel", disse.
Segundo Dom Raymundo, o documento ainda não é definitivo.
"É um processo longo, que começou em 2013 e será concluído no final do sínodo, em outubro de 2015", frisou.
Com informações da Folha.com