Pastor internado com Covid-19 desperta do coma após oração de médico

O pastor Benjamin Thomas esteve sob os cuidados do Dr. Robin Varghese e sua equipe e despertou do coma após um clamor do médico a Deus.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 16 de julho de 2020 às 11:21
Dr. Robin Varghese (esquerda) cuidou durante semanas do caso do pastor Benjamin Thomas (à direita) e orou pela vida do ministro. (Imagem: Mount Sinai Hospital)
Dr. Robin Varghese (esquerda) cuidou durante semanas do caso do pastor Benjamin Thomas (à direita) e orou pela vida do ministro. (Imagem: Mount Sinai Hospital)

Enquanto o novo coronavírus ainda estava devastando as vítimas no Hospital ‘Mount Sinai’ em 19 de abril, o Dr. Robin Varghese ficou preocupado com o fato de, aparentemente, não haver nada que ele pudesse fazer para ajudar a pastor do Queens (Nova Iorque), Benjamin Thomas, a reverter seu delicado quadro de saúde, causado pelo vírus.

"Eu estava de plantão naquela noite e ele estava na pior forma e muitos dos membros da nossa equipe que estavam torcendo por ele também estavam perdendo as esperanças, assim como eu", disse Varghese em um vídeo compartilhado pelo ‘Mount Sinai’ com o site ‘The Christian Post’.

Apenas algumas semanas antes, no final de março, Thomas estava ocupado, exercendo o seu ministério em sua congregação, na Igreja de Deus do Queens.

Ele e sua congregação haviam participado de um jejum anual de 21 dias por avivamento. Naquela época as pessoas estavam apenas começando a entender a ameaça real do vírus e o distanciamento social ainda era relativamente novo. No entanto, disse Thomas, sua igreja sentiu o peso do momento suficiente para começar a orar pelos profissionais de saúde também.

Então, em algum momento próximo ao final de março, Thomas desenvolveu uma febre que se recusava a baixar.

"Tomei Tylenol, Motrin, mas a temperatura não estava caindo", lembrou o pregador, que tem mais de 50 anos. Ele disse que está trabalhando há mais de 30 anos e nunca teve de se retirar de seu trabalho em razão de alguma doença até então.

Em 23 de março, ele foi a uma unidade de atendimento de urgência e lhe disseram que eles não estavam aceitando pacientes com febre "ou qualquer coisa". Ele acabou sendo aceito por uma instituição de saúde a alguns quilômetros de distância e eles lhe deram as temidas notícias.

“Eles fizeram o teste para Covid-19. Eu testei positivo. Disseram-me que não poderia ir para casa”, disse ele em depoimento já relatada em sua casa, em East Meadow.

Ele foi levado ao Hospital Plainview, onde recebeu antibióticos, mas eles não puderam admiti-lo porque "não havia espaço no hospital".

Thomas disse que lhe disseram que se sua condição piorasse em casa, ele deveria ligar para o 911 (emergência) e ele seria enviado de volta ao hospital. Depois de tomar os antibióticos e ficar em casa, a febre não baixou. Ele também começou a sentir falta de ar. Quatro dias depois, em 27 de março, sua esposa já preocupada ligou para o 911. Ele foi levado às pressas para o Centro Médico da Universidade de Nassau. Sua esposa não pôde acompanhá-lo devido às restrições da Covid-19.

O que aconteceu nas próximas semanas, disse o pastor, ele só se lembra pela memória de outras pessoas.

“Eu entrei na ambulância. É tudo o que me lembro ”, ele disse.

Thomas disse que quando chegou ao centro médico foi colocado em um ventilador.

"Eles me disseram que eu disse 'me coloque no ventilador', algo que não me lembro de ter acontecido. Eu estive lá por quase duas semanas. Eles estavam tentando me transferir para o Monte Sinai, onde estaria sob os cuidados do Dr. Varghese. Minha família recorreu a ele: 'Você pode nos ajudar?'", relatou o pastor.

Nesse momento, sua igreja iniciou uma corrente de oração pelo pastor e a mobilização se tornou internacional.

Em sua declaração gravada no Monte Sinai, o Dr. Varghese, cirurgião cardíaco e também diretor da UTI de cirurgia cardíaca no Monte Sinai, explicou o quão difícil era transportar o pastor.

“Planejamos trazê-lo para o Monte Sinai e fizemos isso realmente no final de março. Transportá-lo era um movimento de alto risco, porque ele estava recebendo o máximo suporte de oxigênio. Mas felizmente, ele chegou à nossa unidade de terapia intensiva”, afirmou.

Clamor
"Durante as primeiras duas semanas de abril, não estávamos avançando muito e houve um ponto em particular que foi a noite de 19 de abril", acrescentou o médico.

O cirurgião explicou que ele e sua equipe fizeram tudo o que podiam para salvar a vida de Thomas, mas nada funcionaria. Então, naquela noite, Varghese disse que foi ao quarto de Thomas e clamou a Deus pela vida do pastor.

“Naquele momento, eu realmente entrei no quarto dele já tarde da noite e estava de plantão como eu disse e realmente confessei a Deus que não havia mais nada que eu pudesse oferecer. O Senhor tinha que assumir. Demos a ele tudo o que a medicina moderna poderia dar", disse o cirurgião cardíaco.

Entrada do hospital Mount Sinai, em Nova York, onde o pastor Benjamin Thomas ficou internado. (Foto: Mount Sinai Hospital)

Resposta

Varghese contou que depois de clamar a Deus, ele decidiu se aprofundar ainda mais no estudo do caso e teve algumas ideias novas, que ele e sua equipe implementaram para tratar o pregador do Queens. A partir de então, o pastor começou a apresentar melhoras.

“Aquela foi realmente a pior noite dele e, desde então, ele começou a fazer um progresso muito lento, mas constante. Seus pulmões estavam destruídos pelo vírus Covid-19 e ele esteve em coma induzido por mais de seis semanas. Em meados de maio, começamos a ver a esperança de que ele conseguiria e estamos muito felizes que ele continuou a progredir e despertou do coma”, disse Varghese.

"Somos gratos por todas as pessoas que continuaram orando por ele, porque sabemos que essa foi uma parte muito importante de sua recuperação, juntamente com os cuidados de nossa equipe de terapia intensiva", afirmou o médico.

O capelão do Monte Sinai, Rocky Walker, disse que, quando falou pela primeira vez com Thomas, depois que saiu do coma, pediu que ele falasse dos 54 dias que ele perdeu enquanto estava em coma. Thomas chorou quando soube dos dias perdidos.

“Isso apenas uma amostra o poder de Deus. Não podemos entender ou explicar o que aconteceu com os outros, mas sabemos o que aconteceu aqui. E estamos muito agradecidos", disse Walker.

Thomas detalhou esse momento emocionante, dizendo: “O capelão foi o primeiro que [veio e me contou sobre isso]. O capelão Rocky veio até mim e disse: ‘Pastor, eu estava com você desde o primeiro dia. Sob meus cuidados, há muitas pessoas afetadas pelo Covid-19’. Ele disse: 'Não sei o que aconteceu com os outros, mas você é o único que eu sei que voltou à vida nessa área. O seu caso foi o pior de todos eles’”.

"Ainda não vi nenhuma foto. Eles ainda não me deram, porque não querem que eu sofra um grande choque", explicou o pastor.

Família

Foi difícil não apenas para Thomas, mas para sua esposa e para a filha do casal, de 17 anos.

Ele explicou que, quando o vírus começou a varrer o estado na época em que ele foi hospitalizado, sua esposa estava sozinha com a filha. Ela não pôde visitá-lo e ninguém pôde visitá-la por causa do lockdown.

Ela ficou tão deprimida que precisou ficar internada por 17 dias.

“Ela entrou em pânico. Ela não sabia o que fazer. Ela não podia me ver. Ela entrou em depressão. Ela ficou no hospital por 17 dias. O mesmo hospital em que eu estava. Quando eu estava me transferindo, ela estava em outro andar recebendo tratamento. Ela passou por um período muito difícil, Deus deu a ela a força. Ela não desistiu”, disse Thomas.

“Pela graça de Deus, superamos essa questão. E pela graça de Deus, superei o COVID-19. Voltei para casa no dia 2 de julho. Estou me recuperando, recebendo visitas limitadas", disse ele.

Gratidão

O pastor disse que está agradecido por ter um médico como Varghese, que sabe o poder que tem a oração.

Varghese é "um grande homem de Deus", disse ele, que não teve medo de "exaltar o nome de Jesus" em seu tempo de necessidade.

O pastor do Queens, que ainda está se recuperando em casa e terá que ser auxiliado com oxigênio por um tempo, disse que espera voltar à sua congregação eventualmente. Atualmente, ele se conecta com os fiéis através do Zoom e outras plataformas online.

Ele pediu à igreja que continue orando porque, isso traz resultados.

"Nunca desista. A oração funciona. Não importa o que aconteça. Nós vemos milagres ... eu sou um milagre vivo. A oração da igreja funciona”, disse ele. “Eu ‘morri’ duas vezes pelo menos nos últimos quatro meses e Deus me manteve. Deus me trouxe de volta para cumprir esse propósito”.

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