"A Igreja tomou consciência de respaldar programas de atendimento para pacientes com HIV/Aids para que não sejam discriminados", expressou o doutor Néstor González, que coordena cursos na Nicarágua de capacitação de pastores e líderes evangélicos sobre o tema, em coordenação com o Centro Intereclesial de Estudos Teológicos Sociais (CIEETS)
González disse que notou um grande compromisso solidário e de abertura das igrejas, permitindo que seus pastores e líderes evangélicos se capacitem na prevenção e abordagem do tema a partir da ética cristã.
Também sentiram a necessidade de criar uma pastoral de acompanhamento aos pacientes.
O pastor Jairo Arce, secretário do CIEETS, agradeceu a ajuda das igrejas da Europa e dos Estados Unidos, bem como as organizações de Diakonia Suécia, a Federação Luterana, a Igreja Presbiteriana, que apoiam programas voltados a recuperar a dignidade de pessoas soropositivas.
Arce exortou as igrejas evangélicas a tomarem a frente no combate desse flagelo. Revelou que há casos de jovens evangélicos que morreram por causa da doença e outros que recebem tratamento.
A diretora da Associação Nicaragüense de Pessoas que Convivem com o HIV/Adis, Arelys Cano, revelou dados alarmantes da doença. No primeiro semestre deste ano, 700 novos casos foram acrescentados aos 6,7 mil registrados no país.
Cano informou que até 2010 a Nicarágua registrava cerca de 200 novos casos por ano e que agora já são 700 anuais. Isso nos preocupa, porque parece que as pessoas não tomam consciência das medidas preventivas, disse.
Ela alertou, ainda, que há um subregistro de casos, assim que a doença poderia chegar até 30 mil pessoas infectadas com o vírus. De 1987, quando a doença foi detectada, até hoje faleceram 887 pessoas vítimas da Aids no país.