Acontecimentos que envolvem política, aborto e ideologia de gênero formam as principais manchetes atuais. No entanto, muitos pastores sentem uma pressão sobre como abordar esses tópicos no púlpito, de acordo com uma pesquisa publicada na terça-feira (29) pelo Grupo Barna.
O levantamento mostra que metade dos pastores cristãos sentem-se frequentemente (11%) ou ocasionalmente (39%) limitados para falar sobre questões morais e sociais, porque as pessoas vão se ofender. A outra metade dos pastores raramente (30%) ou nunca (20%) sentem-se limitados desta forma.
Dentre os temas que sofrem mais limitação para abordarem no púlpito, os pastores destacaram a homossexualidade (44%), direitos LGBTs (22%), aborto (18%), moralidade sexual (14%), política (12%), sexo antes do casamento (7%) e relação entre Igreja e Estado (7%).
Durante o estudo, os pastores disseram que se sentem mais limitados pelas pessoas que estão dentro da igreja do que por aqueles que estão fora. Os líderes apontaram que essas pressões (69%) e limitações (64%) vêm dos fiéis.
“A sociedade pluralista de hoje requer um novo tipo de pensamento e abordagem para os cristãos — que já não possuem uma visão de mundo padronizada”, analisa Roxanne Stone, editora-chefe da Barna. “A pressão para que os líderes religiosos satisfaçam a todos e que evitem ofender é muito real hoje, especialmente na era digital”.
Um dos fatores que aumentam a pressão sobre os temas polêmicos são as redes sociais, de acordo com a análise.
“A pressão vem de todos os lados: aqueles que exigem que a igreja tome uma posição e aqueles indignados quando isso acontece (ou indignados quando essa postura é diferente do que eles esperavam). Por mais desafiador que seja, os líderes religiosos devem trabalhar para cultivar a humildade, o discernimento e a coragem no meio de uma cultura dividida”, observa Stone.
“Os pastores devem estar comprometidos em educar e equipar seu povo, para respondê-los com amor e convicção, em palavras e ações. Afinal, esta é a essência do discipulado”, acrescenta Stone.
A pesquisa foi realizada entre 2014 e 2017 nos Estados Unidos, com 1.608 clérigos cristãos e 1.114 pastores protestantes, com uma margem de erro entre 2,2% e 3,9%.