Nas época do carnaval, muitas igrejas aproveitam para realizar os retiros espirituais. É comum nesse período os cristãos viajarem para uma cidade mais afastada e participarem de uma programação intensa de louvor, ministração da palavra e até de gincanas. Mas, talvez alguns cristãos ainda curtam “brincar” a chamada festa da carne.
Leivison Rosa, pastor da Igreja Batista da Lagoinha, explica que não é certo um cristão participar do carnaval, mas que a data pode ser usada para evangelizar. “Eu não posso viver o carnaval, mas eu posso fazer Cristo resplandecer lá”, ressalta.
“A primeira coisa que eu pensei quando me falaram a respeito desse assunto, foi a cultura do pode ou não pode. A gente infelizmente até hoje está no pode ou não pode. Nós podemos tudo, mas devemos fazer ou não? E é um tempo que eu lembro do primeiro retiro espiritual que eu participei da igreja”, conta.
“A gente tem essa ideia de se retirar do mundo. É muito gosto o retiro, é tanto que vai pregador diferente para as igrejas. Mas, eu acho muito perigoso essa ideia de que a gente não tem parte nenhuma com aquilo, porque às vezes nós somos a luz para aquele momento”, salienta o pastor.
Evangelizar
“Então, para mim a ideia é eu não posso viver o carnaval, mas eu deveria de certa forma fazer com que Cristo resplandecesse lá, de alguma maneira. Agora, como? Aí é outro assunto. Alguns de fato podem cair e não levantar jamais, mas eu creio que da mesma forma que Deus usa o nosso chamado para um público alvo, existem aqueles que são capacitados por Deus para estarem lá”, afirma.
“O problema é quando eu tento ser forte em uma lugar onde eu não devo atuar ou onde não fui chamado. Então, ao invés de contribuir, eu acabo sendo destruído. Ao invés de influenciar, somos influenciados”, alerta.
Assunto polêmico
O pastor ainda ressalta que o fato do assunto ser polêmico faz com que ele seja debatido. “A polêmica incita o conhecimento. Quando tudo está confortável, nada floresce. Às vezes é no meio da polêmica que eu vou poder sentar de forma saudável e poder contribuir com alguma coisa”, diz.
“Mas, hoje em dia eu vejo que alguns pastores e igrejas tentam cuidar do filho à base do não. Nada pode, porque é pecado. E hoje em dia não adianta mais. Eu, por exemplo, sou da geração que se não me explicar porque não, não vai me saciar mais”, defende.
“Mas, quando eu sento e explico o porque do não, a galera entende. Eu sou jovem, tenho 26 anos e eu vejo que a minha geração não quer mais pular o carnaval, mas quer Deus, conhecer a Deus e partilhar Deus”, coloca.