Basuki Tjahaja Purnama, mais conhecido pelo nome “Ahok” pode ser libertado antecipadamente. O ex-governador cristão de Jacarta, capital da Indonésia, foi preso injustamente acusado de blasfemar contra Maomé.
Em maio de 2017, Ahok foi condenado a dois anos de prisão por conta da suposta blasfêmia, que depois foi desmentida pelo próprio acusador. Uma versão editada de um discurso do ex-líder foi publicada na internet e se espalhou pelas redes sociais.
O discurso provocou manifestações em massa contra Ahok, uma delas chegou a ter cerca de meio milhão de manifestantes. Posteriormente, o homem que publicou o vídeo confessou que o material foi editado para fazer parecer que Ahok estava criticando o Islã.
Ainda assim, os muçulmanos conservadores e radicais se recusaram a entender o caso e continuaram a se manifestar contra Ahok.
O ex-governador ganhou a chance de ter liberdade condicional, mas decidiu recusar devido a possibilidade de libertação antecipada no mês de agosto. Fifi Lety Indra, irmã de Ahok, publicou nas redes sociais que ele achou melhor aguardar até que possa estar completamente livre.
Ela ainda informou que Ahok poderá ser solto antecipadamente depois de ter cumprido quase dois terços de sua sentença. Sabe-se que em breve ele teria direito a liberdade condicional de quatro horas diárias.
Motivação política
O caso forjado para prejudicar a reeleição de Ahok poderá ter um fim, caso ele realmente seja libertado, já que a situação é vista como motivação política. Durante o julgamento, o ex-governador disse que ele foi alvo de ataques racistas.
Sua declaração se deu pelo fato de Ahok ser de origem chinesa. Ele também sofreu ataques religiosos desde que foi eleito ao cargo público em 2005, por ser cristão. A Suprema Corte da Indonésia rejeitou o pedido de Ahok quando ele entrou com um recurso, em fevereiro desse ano.