Samuel liderou Israel com firmeza durante toda a sua vida...
Seu nascimento foi milagroso, mas isto não seria o bastante.
Sua mãe era mulher de oração, mas isto não seria o bastante.
Seu pai não deixava de ir ao Templo, mas isto não seria o bastante.
Sua adolescência foi dedicada ao serviço religioso, mas isto não seria o bastante.
Seu tutor era um homem sábio, honrado e admirado, mas isto não seria o bastante.
Seu chamado foi sobrenatural e marcante, mas isto não seria o bastante!
Mesmo com uma trajetória tão nobre, o coração de Samuel poderia ter titubeado e ele não chegaria a ser o que o céu sonhou para os seus dias.
Quantos de nós não vivemos um cenário parecido?
Nossa história é repleta de livramentos e sinais!
Alguns não poderiam nascer, e nasceram.
Outros foram presentados com uma família dedicada e fervorosa, mesmo que tenha sido apenas uma avó intercessora.
Passamos parte de nossa vida nos bancos de alguma comunidade cristã e já tomamos o suco da ceia escondidos.
Fomos escolhidos para trabalharmos numa causa eterna com recursos eternos. O Príncipe da Paz nos convocou para uma caminhada de amor, graça e bondade.
No entanto, muitos, com todas estas verdades no seu passado, deixaram tudo isto passar!
Estão longe, cansados, calados, com as mãos cheias da terra do chão onde enterraram os seus talentos.
Mas Samuel permaneceu!
Ele não entrou na galeria dos que tinham tudo para ser, mas não foram.
Não deixou seu enredo morrer numa semente que não foi devidamente semeada e regada. Ele floresceu!
Glória a Deus por isso.
E para quem pensa que ele não tinha motivo nenhum para desistir, deixe-me lembrá-los de algumas coisas.
Primeiro, ele pagou um voto que não fez! Abriu mão de uma vida com seus irmãos e pais porque precisava ser obediente a uma promessa da qual não participou.
Seu quarto era o santuário e sua diversão era olhar para a Arca durante a noite.
Segundo, assim que Deus o chama, também o desperta para a realidade. O Eterno o alertou que havia grandes erros sobre a vida da família do sacerdote. O ensinou que a religião não era perfeita, que nossas lideranças falham e que o pecado seduz até os que pregam contra ele.
Terceiro, Samuel foi contemporâneo de Hofni e Fineias, dois jovens que estavam no lugar sagrado, mas exibiam uma vida profana. Eram herdeiros do grande Eli, no entanto, diferentemente de Eli, preferiram viver uma vida pequena, voltada para os prazeres efêmeros e destruidores.
O Samuca teve que lidar com isto. Ver gente perto do altar, sem ter vida no altar.
Quarto, o povo de Israel foi humilhado no campo de batalha.
Os filisteus arrasaram com a nação santa! Mataram muitos! E levaram a Arca da Aliança! Foi uma vergonha nacional! Uma dor sem precedentes. Um grito desesperador.
E, pra aumentar a angustia, Eli morre!
Samuel tinha estas e outras razões para dizer que tudo era um mar de hipocrisia e a salvação consistia em se jogar na praia da crítica sem fim e ver tudo afundar, de camarote.
Mas não!
Não é isto que o fragmento do versículo escrito no topo deste texto nos diz.
Samuel dedicou a sua força ao Reino do Senhor. Ele liderou Israel por toda a sua vida e, mesmo ficando velho, não deixava de ir por toda parte, julgando as causas do povo, adorando ao Deus verdadeiro e doando-se por inteiro a sua vocação.
Que Deus nos dê constância. Perseverança!
Um caminho longo! Uma história abençoadora.
Que possam dizer que não tiramos a mão do arado e nem abandonamos a lavoura. Pelo contrário, que digam que gastamos nossa vida na obra de Cristo Jesus.
Você parou? Tem suas razões? Ok, respeito você!
Mas acredito que dá pra voltar! Que Deus pode trazer a Arca de volta e você fará parte disto.
Samuel ungiu Davi a Rei! E foi por meio de Davi que a Arca voltou ao território Israelita!
E mais ainda! Foi por meio da descendência de Davi que Jesus veio ao mundo e nos salvou da ira, do pecado e da morte eterna.
E, pasmem, aquele garoto que sonhou que Deus estava falando com ele, fez parte de tudo isto. Valeu Samuel!!
Perseverar te aproxima dos planos eternos.