A Convenção Batistas do Sul (SBC), a maior denominação evangélica dos Estados Unidos, rejeitou a proibição de mulheres pastoras, em uma votação histórica na quarta-feira (12).
A medida para colocar a proibição oficial na constituição da igreja não foi aprovada porque não alcançou a maioria absoluta de dois terços que era necessária. A proposta recebeu votos positivos de 61% dos delegados.
A medida estabelecia que qualquer igreja filiada aos Batistas do Sul deveria nomear apenas homens para os cargos de pastor ou presbítero.
Os opositores da ação argumentaram que a emenda não era necessária, porque a denominação já possui ferramentas para expulsar igrejas com pastorado feminino, como fez no ano passado com a megaigreja Saddleback da Califórnia.
“Mostramos que os mecanismos que temos atualmente são suficientes para lidar com esta questão”, defendeu Spence Shelton, pastor da Mercy Church.
Já Mike Law, pastor da Igreja Batista de Arlington na Virgínia e autor da emenda, afirmou que há cerca de 1.800 mulheres pastoras atuando na denominação. Ele citou passagens bíblicas que limitam o ofício pastoral aos homens. Mas, ponderou que as mulheres podem servir em outras áreas na igreja.
“A nossa cultura pode considerar esta proibição dura, mas o nosso Deus é todo sábio e escreveu esta palavra para o florescimento de homens e mulheres”, acrescentou ele.
Declaração doutrinária mantida
Apesar da proposta não ser aprovada, a Convenção Batista mantém sua declaração doutrinária, de 2000, estabelecendo que o cargo de pastor é apenas para homens.
A votação foi a mais esperada da reunião anual da SBC, após anos de debate sobre o assunto.
Dwight McKissic, um pastor negro do Texas, que apoia mulheres no ministério sob a liderança de um pastor, comemorou a rejeição da medida.
“Deus ama as mulheres demasiado para permitir restrições antibíblicas, que violam a autonomia da igreja local, para impedir que as mulheres recebam e utilizem dons espirituais. A supremacia masculina não governava a ordem do dia”, declarou ele, em postagem no X.