Uma conselheira cristã foi demitida de um colégio católico na Inglaterra, após defender a submissão da esposa ao marido em postagem nas redes sociais.
Gozen Soydag, de 37 anos, trabalhava na St. Anne's Catholic High School for Girls em Londres como conselheira pastoral desde 2022.
Ela também é uma influenciadora com quase 40.000 seguidores em páginas do Instagram onde fala sobre casamento no modelo bíblico, santidade e família tradicional, incentivando mulheres a seguirem os ensinamentos da Bíblia.
Em uma publicação, Gozen citou a passagem de Efésios, defendendo que as esposas "se sujeitem a seus maridos como ao Senhor". Em outro post, a influencer compartilhou um vídeo de uma mulher muçulmana contando sua felicidade em se submeter ao marido.
As publicações causaram uma reação negativa entre os funcionários da escola e, em fevereiro de 2023, Gozen foi chamada para uma reunião com o vice-diretor, que a advertiu pelas suas postagens.
Demitida por acreditar no casamento
O vice-diretor alegou que se suas opiniões fossem ditas por um homem seriam consideradas misóginas. A conselheira apagou o vídeo imediatamente. Mesmo assim, a direção da escola ordenou que suas contas nas redes sociais ficassem inacessíveis nas pesquisas do Google.
Segundo a cristã, foi tecnicamente impossível de atender a ordem dentro do prazo de 24 horas que a direção estabeleceu.
Logo em seguida, Gozen Soydag foi demitida. Em um e-mail, a escola afirmou que sua demissão foi devido ao seu "extenso perfil online" ser "incompatível com a declaração de missão e o ethos da escola".
"Quando fui demitida, foi um choque completo. As pessoas sempre me disseram sobre minhas contas de mídia social: 'Você é um incentivo'”. lembrou ela.
E protestou: “É errado demitir alguém porque acredita na instituição do casamento. Acredito que é errado demitir alguém porque suas crenças não se alinham com as suas. Se fala muito sobre diversidade no local de trabalho, mas, neste caso, minhas crenças e quem eu sou como cristã foram completamente excluídas”.
Ação na Justiça
Na última terça-feira (10), a cristã entrou com uma ação judicial contra a escola por intolerância religiosa, com o apoio do Christian Legal Center (CLC), uma organização que defende a liberdade religiosa.
No processo, Gozen acusa o colégio de discriminação, assédio e violações dos direitos humanos sob a Lei da Igualdade de 2010.
Conforme o Christian Legal Center, a demissão de Soydag violou a Lei de Direitos Trabalhistas de 1996, porque a escola não finalizou um contrato de emprego antes de sua demissão. A defesa de Soydag está pedindo uma indenização por quebra de contrato e demissão sem justa causa.
"Ainda não sei o que fiz de errado para justificar a demissão", declarou Soydag em um comunicado.
"Eu queria trabalhar no setor educacional e causar impacto para os jovens. Esta era uma escola católica, e eles sabiam que eu era uma mulher apaixonada de fé. O prédio da escola tem a forma da cruz. Cada sala de aula tinha uma cruz e versículos bíblicos nas paredes. Este era um lugar onde eu acreditava que eles aceitavam Jesus”, observou.
Ela ainda explicou que seu conteúdo nas redes sociais nunca foram direcionados para as alunas, já que são para mulheres adultas que desejam orientação para ter um casamento cristão.
"Tentei aumentar a confiança das meninas com quem trabalhei no St Anne's, mas nunca as encaminhei para minhas contas de mídia social. @wifeinthewaiting não é para jovens de 14 anos, mas para mulheres na faixa dos 30 e 40 anos que desejam o casamento e querem fazê-lo do jeito de Deus”, garantiu Gozen.
"A página não era sobre mim, mas sobre encorajar outras pessoas que queriam se casar a fazê-lo da maneira certa. É sobre pureza, piedade e o desafio de onde Deus está em nossas vidas e os casamentos que as mulheres desejam ter. Tratava-se de ajudar as mulheres a lidar com a solidão. Eu queria ser algo bom dentro das mídias sociais, entre todas as coisas ruins que estão por aí”.
De acordo com a presidente-executiva da CLC, Andrea Williams, a demissão da conselheira é mais um caso de uma escola cristã se submetendo à pressão de uma cultura secular.
"Gozen estava fazendo um trabalho fantástico em uma área difícil de Londres, apoiando mulheres jovens em uma escola católica, até que alguém reclamou de suas crenças expressas em seu próprio tempo", declarou Andrea.