Um cristão da vila de Huey na província de Savannakhet, nos Laos, morreu logo após sua libertação da prisão, onde as autoridades negaram-lhe importantes cuidados médicos em razão de sua diabetes. Os funcionários da prisão assistiram à morte do homem, sem prestar qualquer ajuda.
Grupos de direitos humanos disseram que o Tiang Kwentianthong, de 61 anos de idade, havia sido preso há nove meses depois ser flagrado, orando por uma mulher doente.
"O senhor Tiang Kwentianthong, um cristão da vila de Huey no distrito Atsaphangthong da província de Savannakhet ... morreu no dia 17 de setembro em razão de sua diabetes ter se tornado muito grav", informou a Assistência de Direitos Humanos para Lao Liberdade Religiosa (HRWLRF), em um comunicado.
O homem precisou de uma medicação, mas esta lhe foi negada pelos funcionários da prisão, durante os dias em que cumpriu pena - o que agravou o seu quadro de enfermidade.
Tiang era casado e pai de seis filhos, segundo informações da agência de notícias 'AsiaNews'.
Repressão
Qualquer tipo de atividades cristã, incluindo a oração pública, requer a aprovação do governo do Laos, um país predominantemente budista, com uma população de cerca de 7 milhões de pessoas. Os cristãos que oram em público sem essa permissão são frequentemente presos. Eles compõem uma minoria distinta, de menos de 2% da população.
O Tribunal Popular da Província de Savannakhet julgou Tiang - e os outros quatro cristãos que o acompanhavam no ato de intercessão pela mulher enferma - culpados de "desempenho da profissão médica sem uma licença", por causa de suas orações pela cura da mulher e os condenou a nove meses de prisão conforme informações da HRWLRF.
Os quatro cristãos que acompanhavam Tiang foram libertos em 20 de março deste ano, mas as autoridades locais mantiveram Tiang preso. Sua condição de diabetes piorou significativamente, após ter sua solicitação dos remédios negada e ele acabou morrendo na semana passada.
Descaso
A organização disse que o governo de Savannakhet e os funcionários da prisão provincial "devem assumir a responsabilidade pela morte de Tiang Kwentianthong, que foi detido e preso ilegalmente, além ser privado do tratamento médico, ao passo que sua condição de diabético piorou".
O grupo de vigilância da Missão Portas Abertas Internacional classificou o Laos como o 28º país no ranking de perseguição religiosa, em sua lista de 2015.
A Missão também observou que, especialmente em áreas rurais, as pessoas praticam o animismo e são hostis aos membros locais que se convertem ao cristianismo - os quais eles vêem como um "elemento estranho que pode irritar os espíritos que protegem a aldeia".
A 'AsiaNews' observou que tem havido recentemente uma série de casos de perseguição aos cristãos no país do sul da Ásia, incluindo um caso anterior em setembro, no qual um clérigo protestante morreu durante uma tentativa de seqüestro envolvendo um policial.