Cristãos correm o risco de serem considerados “extremistas” sob uma nova definição do governo do Reino Unido.
A nova definição afirma que “Extremismo é a promoção ou avanço de uma ideologia baseada na violência, no ódio ou na intolerância, que visa: negar ou destruir os direitos e liberdades fundamentais de terceiros; ou minar, derrubar ou substituir o sistema de democracia parlamentar liberal e de direitos democráticos do Reino Unido; ou criar intencionalmente um ambiente permissivo para que outros alcancem os resultados em (1) ou (2)”.
O governo alegou que a nova definição mais restrita tem o objetivo de responder ao aumento da ameaça extremista desde os ataques terroristas de 7 de outubro em Israel.
A Christian Concern, organização que defende a liberdade religiosa, alertou que a atualização, publicada na quinta-feira (14), poderá considerar extremistas os cristãos que se oporem a “direitos fundamentais”.
Os seguidores de Cristo que são contra o aborto, que se opõe ao casamento gay e são críticos à ideologia de gênero poderão ser vistos como opositores ao “direito fundamento ao aborto” e ao “direito de identificação”.
Os cristãos poderão ser classificados como “intolerantes” que negam “direitos e liberdades fundamentais”.
A Christian Concern ainda lembrou que a Prevent (Programa Anti-terrorismo do Reino Unido) colocou a bandeira pró-vida na lista de ideologias com potenciais sinais de extremismo. E cristãos já foram denunciados ao programa por expressarem suas crenças religiosas.
O reverendo Bernard Randall, um capelão escolar, foi denunciado à Prevent por pregar um sermão, afirmando que os alunos eram livres para discordarem da ideologia LGBT.
Já a professora cristã Svetlana Powell foi denunciada após dizer “Deus te ama” para uma aluna lésbica.
“Esta nova definição de extremismo não é adequada ao seu propósito. É absurdo que os cristãos possam ser considerados 'extremistas' por acreditarem no casamento real ou por serem pró-vida”, criticou Andrea Williams, diretora executiva da Christian Concern.
A organização pediu que o governo esclareça quais são os direitos considerados fundamentais na nova definição de extremismo.
“O governo precisa que esclarecer que os 'direitos fundamentais' não incluem o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou a identificação como sexo oposto”, afirmou Andrea.
E concluiu: “Sem este esclarecimento, os cristãos que expressam a sua crença legítima de que o casamento é entre um homem e uma mulher correriam o risco de serem considerados ‘extremistas’ pelo governo”.